Tensão e aversão à risco

Ibovespa fecha em baixa após sessão volátil; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira (3) com queda de 0,05%, aos 122.031,58 pontos; o dólar caiu, a R$ 5,23.

Ibovespa opera no vermelho
Foto: Freepik / Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (3) com queda de 0,05%, aos 122.031,58 pontos. O dólar comercial caiu 0,25%, a R$ 5,23.

O Ibovespa iníciou a primeira sessão de junho fragilizado, após as projeções do Boletim Focus, do BC (Banco Central), indicarem um aumento na Selic (taxa básica de juros), bem como no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). No aguardo de outros dados econômicos, o mercado se viu indisposto a enfrentar riscos.

As projeções de 2024 para o IPCA, divulgadas desta segunda-feira (3), avançaram para 3,88%, contra 3,86% da semana passada. Enquanto isso, para a Selic, a expectativa foi a 10,25%, contra os 10,0% anteriores.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos ressaltou também o mau desempenho das ações da Vale (VALE3) e de empresas ligadas à produção de metais básicos, associado a dúvidas sobre o desempenho econômico da China.

Nos EUA o movimento não foi muito diferente. Houve oscilações entre os índices, partindo da mudança de leitura do mercado quanto aos dados da economia.

Os números do ISM, indicador da atividade industrial, demonstraram fraqueza, o que foi visto como algo positivo, inicialmente, com relação à espera por um corte de juros em setembro deste ano.

“Porém, em seguida, passou a prevalecer um temor de que a queda da atividade pode ser mais acelerada do que da inflação, com o país entrando em uma indesejada estagflação’, explicou Nishimura.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, acredita que o aguardo por outros dados, no decorrer da semana, como o PIB do Brasil e Payroll dos EUA, torna o mercado mais sensível, bem mais volátil, a ponto de qualquer notícia poder virar a direção da bolsa.

O GPA (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 7,32%. Logo atrás, Hypera (HYPE3) e Locaweb (LWSA3) registraram altas de 5,38% e 3,93%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Suzano (SUZB3) liderou as perdas, caindo 3,26%. Em seguida, vieram Dexco (DXCO3) e CSN (CSNA3), com perdas de 3,19% e 2,98%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,11% e 0,54%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,06%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 2,10%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 2,87%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,13%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,40% e 0,11%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também seguiram em convergência com valorização 1,03% e 0,40%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,34%. Diferente da Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 10,87%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 1,55%.

Índices do exterior fecharam sem direção única

Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta segunda-feira (3). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,74%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,06%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,34%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,11% e 0,56%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,30%.