O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (3) com baixa de 1,38%, aos 131.671,51 pontos. O dólar comercial subiu 0,54%, a R$ 5,47.
Mesmo os preços internacionais do petróleo subindo em disparada, e levando as ações da Petrobras (PETR4), não foram suficientes para impulsionar o Ibovespa. A razão do desânimo foi a aversão ao risco que tomou conta do mercado, visando os intensos conflitos no Oriente Médio e dados do mercado de trabalho dos EUA.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,28%, a US$ 101,97.
No setor de commodities, o petróleo WTI, referência norte-americana, e o Brent, referência mundial, subiram mais de 5%, após a ameaça de retaliação de Israel ao Irã, especificamente em suas instalações petrolíferas.
Com isso, a Petrobras e os pares juniores do setor engataram alta na sessão. Porém, a Vale (VALE3) e outras mineradoras seguiram a direção contrária, o que também pesou no Ibovespa.
O cenário externo, o conflito entre Israel e o movimento político Hezbollah tem escalado nas últimas semanas, tendo o Líbano como palco principal. O grupo libanês tem apoio do Irã, que lançou mísseis contra Israel.
“Com a escalada do conflito no Oriente Médio, o mercado acionário global apresenta um grau adicional de risco a ser ponderado pelos investidores”, disse Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
“Como grande parte dos investidores na bolsa brasileira é composta por estrangeiros, este fator também entra nas análises, fazendo com que o IBOV registre mais um dia de movimento corretivo, impulsionado tanto por questões externas (como o conflito no Oriente Médio) quanto pela retomada da alta nas taxas de juros no cenário doméstico”, analisou.
Nos EUA, os dados sobre os pedidos de seguro desemprego mostraram uma alta para 225 mil na semana encerrada em 28 de setembro, um crescimento de 6 mil na comparação com o número revisado da semana anterior, de 219 mil.
O resultado veio acima do esperado por analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 220 mil. A partir desses números, o mercado está mais atento e cauteloso para o resultado do payroll, que será divulgado na sexta-feira (4).
Na linha negativa do Ibovespa, a Vamos (VAMO3) se destaca novamente. “Além dos motivos usuais para um dia de queda – como a alta nos juros futuros – foi impactada pela notícia de que a empresa deve passar por uma fusão com a Automob”, explicou Santos.
“Na mesma linha, Totvs (TOTS3), Assai (ASAI3) e Azzas 2154 (AZZA3) enfrentam dificuldades, uma vez que o aumento nas taxas de juros comprime cada vez mais suas margens de lucro”, prosseguiu.
A Natura (NTCO3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 2,59%. Logo atrás, PetroReconcavo (RECV3) e Yduqs (YDUQ3) registraram altas de 1,83% e 1,63%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Assai (ASAI3) liderou as perdas, caindo 5,73%. Em seguida, vieram Vamos (VAMO3) e Cogna (COGN3), com perdas de 4,31% e 3,15%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Bancos tradicionais ancoram baixa
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 1,35% e 1,23%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,88%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,92%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 2,68%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 3,17%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 1,46% e 0,92%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,05% e 2,34%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,22%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 4,04%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 3,75%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta quinta-feira (3). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,72%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,32%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,99%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,17% e 0,04%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,44%.