Bolsas globais sobem

Ibovespa fecha em baixa com ressaca do Copom e risco fiscal; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (7) com baixa de 0,51%, aos 129.681,70 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,67

Ibovespa / Foto: CanvaPro
Ibovespa / Foto: CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (7) com baixa de 0,51%, aos 129.681,70 pontos. O dólar comercial subiu 0,02%, a R$ 5,67.

Os cenários de política monetária dos EUA e do Brasil, junto ao controle fiscal interno, definiram as negociações desta sessão do Ibovespa. Apesar dos avanços da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) – ações de peso relevante -, o mercado segue desconfiado e cauteloso.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou em queda de 0,53%, a US$ 104,53.

Na política monetária nacional, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu, na noite de quarta-feira (6), acelerar o ritmo de alta da Selic (taxa básica de juros), o que já era esperado pelo mercado.

“Apesar da alta já ser esperada, o tom mais hawkish preocupou o mercado, pois ele sinaliza que o aperto monetário pode não ser tão temporário assim, e que devemos ter uma nova alta na última reunião do ano na primeira semana de dezembro”, avaliou Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais.

“O principal ponto de atenção no comunicado do Copom ficou por conta da expectativa de desaceleração da economia americana, assim como mais cortes de juros, que podem não se confirmar, e pressionar ainda mais a inflação global, valorizando o dólar, e voltando a pressionar os juros no Brasil e no mundo”, prosseguiu.

O mundo ainda processa e repercute a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, fator que levou vários índices globais, excluindo os dos EUA, a fecharem em queda na sessão de quarta. 

Na tarde desta quinta, o Fed (Federal Reserve), Banco Central norte-americano, decidiu por unanimidade cortar os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa à faixa de 4,50% a 4,75%.

Para o economista Maykon Douglas, o comunicado da autoridade monetária veio mais dovish. 

“Minha expectativa continua sendo de um novo corte de 25 bps na reunião de dezembro, não manutenção, como alguns passaram a precificar logo após o comunicado. Os dados seguem mostrando um arrefecimento econômico gradual e um ritmo menor deixa o Fed mais seguro para seguir avaliando a trajetória de inflação”, afirmou.

Quanto ao quadro fiscal brasileiro, no início da semana, o ministro Fernando Haddad (PT) afirmou que o governo bateria o martelo e deveria anunciar o novo pacote de corte de gastos ainda nesta semana, o que ainda não ocorreu.

Com isso, o humor do mercado começa a demonstrar impaciência, sendo um dos fatores que tem levado o Ibovespa à desvalorização e o dólar a avançar sobre o real, se aproximando cada vez mais dos R$ 6,00.

Durante o dia, uma notícia de que o governo pretendia fazer uma revisão entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões no transporte e na saúde repercutiram mal no mercado, pois é esperado um corte na casa dos R$ 30 bilhões.

Porém, o Ministério da Fazenda negou a informação, afirmando que não corresponde ao que vem sendo debatido entre a equipe econômica. 

“Diante da demora para a apresentação de um pacote fiscal, ações do setor de bancos como Bradesco, Itaú e Santander foram penalizadas hoje”, afirmou Alves. 

A Vale subiu acompanhando a alta do minério de ferro, ao passo que a Petrobras (PETR4) é alvo das expectativas do mercado sobre seu balanço trimestral.

A Vale (VALE3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,48%. Logo atrás, CSN (CSNA3) e Bradespar (BRAP4) registraram altas de 3,10% e 2,85%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Petz (PETZ3) liderou as perdas, caindo 14,53%. Em seguida, vieram Totvs (TOTS3)  e Cogna (COGN3), com perdas de 8,44% e 7,19%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) tem ganhos fortes

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 0,71% e 0,31%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,40%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 3,48%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 2,71%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,45%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 1,47% e 0,42%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorizaçôes de 1,09% e 0,33%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,26%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 0,92%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 4,65%.

Índices do exterior fecharam em alta

Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta quinta-feira (7). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,70%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,76%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,71%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,74% e 1,51%, respectivamente. Já o Dow Jones equilibrou em 0,00%.

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