O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (22) com baixa de 0,95%, aos 135.173,39 pontos. O dólar comercial subiu 1,98%, a R$ 5,58.
Depois de conquistar o terceiro recorde de fechamento consecutivo, o Ibovespa virou para queda nesse pregão, com os investidores realizando os lucros obtidos anteriormente. Além disso, o quadro de política monetária do Brasil e EUA segue no radar, com falas de diretores do BC (Banco Central) e expectativas sobre o Jackson Hole, simpósio do Fed (Federal Reserve).
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, engatou alta de 0,51%, a US$ 101,53.
No cenário doméstico, o diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen marcou presença em um evento da PUC-Rio, onde discursou sobre os indicadores da economia e os caminhos da autarquia diante deles.
O BC deve ter um cenário desafiador, disse Guillen, por conta das projeções elevadas da inflação e mais riscos.
“Como a gente está vendo o cenário, eu sigo vendo assim, projeções mais elevadas e com mais riscos, levando a um cenário mais desafiador para o Comitê, vai ser importante ir acompanhando os dados”, disse o executivo do BC.
“Nos mantemos em um cenário de muita incerteza, ele vem tanto do externo quanto do doméstico”, prosseguiu.
Já no panorama externo, o evento do Fed reune economistas e agentes do mercado financeiro e de bancos centrais de todo o mundo, inclusive Roberto Campos Neto, presidente do BC. O encontra iniciará nesta quinta-feira e o mercado aguarda o discurso do presdente do Banco Central norte-americano, Jerome Powell, na sexta-feira (23).
“Os treasuries estão subindo na expectativa pelo discurso do Powell amanhã e os juros aqui no Brasil acompanham essa alta, além de reagirem ao discurso mais duro do BC”, disse Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
“A precificação da maior parte do mercado está para uma queda em setembro de 25 pontos base nos juros nos EUA e muito se esperava que fosse 50 pontos”, sinalizou.
“O rali da bolsa, na minha opinião, não acabou. Ainda vejo a bolsa muito barata. O que está acontecendo e vai acontecer é uma correção, que faz parte”, afirmou.
A Embraer (EMBR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 2,15%. Logo atrás, WEG (WEGE3) e Casas Bahia (BHIA3) registraram altas de 1,44% e 0,65%, respectivamente.
Já na ponta negativa, CVC (CVCB3) liderou as perdas, caindo 6,52%. Em seguida, vieram MRV (MRVE3) e Magalu (MGLU3), com perdas de 5,28% e 4,84%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,10% e 0,14%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,02%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,14%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,81%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 3,46%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,92% e 2,42%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,70% e 0,71%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 4,84%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) equilibraram em 0,00%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 1,62%.
Índices do exterior fecharam sem direção única
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta quinta-feira (22). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,21%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,01%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,35%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,89% e 1,67%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,56%.