Exterior dividido

Ibovespa fecha em baixa, mas valoriza em janeiro; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (31) com queda de 0,53% aos 126.242,86 pontos; o dólar caiu, a R$ 5,83

Ibovespa
Foto: CanvoPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (31) com queda de 0,61%, aos 126.134,94 pontos. No acumulado de janeiro, o índice acumulou alta 4,90%. O dólar comercial caiu 0,25%, a R$ 5,83.

No acumulado da semana, o dólar recuou 1,40%. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de alta de 0,53%, a US$ 108,37.

“O real segue firme e se destaca entre as moedas emergentes nesta sexta-feira, enquanto o dólar perde força. O movimento reflete, na minha opinião, a entrada de capital estrangeiro, impulsionada pelos juros altos no Brasil, que tornam o real mais atraente para investidor”, analisou Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

Com dados nacionais e internacionais influenciando o andamento do mercado financeiro, o Ibovespa tentou segurar os 127 mil pontos, mas perdeu a força, também com o peso da Vale (VALE3).

Internamente, o radar econômico começou o dia com a notícia de que a taxa de desocupação chegou a 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, com estabilidade em relação ao trimestre de julho a setembro (6,4%), conforme apontado pela PNAD Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Além disso, depois do Ministério da Fazenda ter divulgado na quinta-feira (30) que o governo federal conseguiu cumprir a meta fiscal, com déficit primário de R$ 43 bilhões – considerando as despesas com o Rio Grande do Sul – e R$ 11 bilhões desconsiderando essas mesmas despesas, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 47,553 bilhões em 2024, o que corresponde a 0,4% do PIB, segundo o BC (Banco Central).

O resultado foi positivo em dezembro de 2024, com um superávit de R$ 15,745 bilhões, contrastando com o déficit de R$ 129,573 bilhões no mesmo mês de 2023. 

Já no cenário externo, o PCE (Índice de Preço de Consumo Pessoal) – um dos principais indicadores de inflação dos EUA – veio a 2,6% em dezembro, em linha com o esperado. 

Esse valor reflete a variação nos últimos 12 meses. Em comparação, o PCE havia ficado em 2,4% em novembro e 2,3% em outubro. Em comparação, o PCE havia ficado em 2,4% em novembro e 2,3% em outubro.

Ainda no país norte-americano, o presidente Donald Trump decidiu impor tarifas de importação de 25% para o Canadá e o México, e outros 1% para a China, com validade a partir deste sábado (1º). 

Em paralelo a isso, o mercado ainda repercute a superquarta, quando o Copom e o Fed decidiram sobre as taxas de juros no Brasil e nos EUA. As expectativas são de maior cautela e ciclo de aperto na política monetária, o que ajudou a valorizar o real frente ao dólar. 

“Sem dúvidas, janeiro foi um mês de forte queda para o dólar, que recuou mais de 5%, refletindo a redução das apostas contra o real e as intervenções do Banco Central. Mas acredito que o jogo ainda está aberto: o cenário global segue incerto, e qualquer nova tensão entre EUA e Brics pode virar essa maré rapidamente”, disse Christian Iarussi.

O especialista explicou também que no radar corporativo do pregão, os bancos aproveitam a queda dos juros futuros e sobem, mas o peso das commodities limita o avanço do índice. 

“No campo positivo, Petrobras (PETR3; PETR4) se sobressai após anunciar um reajuste no preço do diesel, o primeiro em mais de 400 dias. A medida tende a fortalecer a rentabilidade da estatal e aumentar as expectativas de dividendos mais generosos”, afirmou.

As atenções e influências para o Ibovespa devem estar nas promessas protecionistas de Trump, às sinalizações do Fed, aos desdobramentos fiscais no Brasil, com o avanço da Selic (taxa básica de juros). 

A Totvs (TOTS3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,45%. Logo atrás, Cogna (COGN3) e JBS (JBSS3) registraram altas de 1,44% e 1,20%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Vibra (VRBBR3) liderou as perdas, caindo 5,07%. Em seguida, vieram Gerdau Metals (GOAU4) e CSN (CSNA3), com perdas de 4,59% e 3,61%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Petrobras (PETR4) ajuda a segurar maiores perdas

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançara 0,68% e 0,80%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,13%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,56%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 3,10%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 2,30%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,65% e 0,14%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,41% e valorização 0,89%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,54%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 0,15%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 1,15%.

Índices do exterior fecharam opostos

Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta sexta-feira (31). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,01%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,11%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,10%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,51% e 0,14%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,75%.

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