O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (30) com baixa de 1,09%, aos 137.026,62 pontos. O dólar comercial subiu 0,91%, a R$ 5,71.
Em um dia marcado pela divulgação de dados econômicos importantes, tanto nos EUA quanto no Brasil, o Ibovespa operou em queda, também sem o apoio de ações de peso.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) revelou nesta manhã que A economia brasileira avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três últimos meses de 2024.
Apesar do resultado ter vindo dentro das projeções do mercado, refletindo uma combinação de crescimento em diversos setores, com destaque para a agropecuária, o Ibovespa seguiu sem reagir bem, mirando o cenário externo e uma postura mais defensiva.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB brasileiro cresceu 2,9%. Já no acumulado dos últimos quatro trimestres, a expansão foi de 3,5%.
Algumas casas de investimentos esperavam o resultado um pouco acima dos 1,4%, mas ainda veem solidez no avanço econômico do País. “Esse desempenho não é apenas um número. Ele mostra que o Brasil segue no caminho certo para consolidar sua recuperação econômica”, disse Pablo Spyer, economista e conselheiro da Ancord.
Por sua vez, Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, acredita que os investidores adotaram a aversão ao risco também considerando um cenário futuro no meio político.
“Fica claro também que a queda na popularidade do presidente Lula elevou o receio de medidas econômicas populistas, justamente num momento em que o PIB do primeiro trimestre mostrou a economia aquecida”, disse.
No quadro externo, os mercados também focaram no desenrolar da relação política e comercial entre EUA e China, após o presidente norte-americano Donald Trump ter reacendido o temor de uma guerra comercial, visto que ele acusou o país asiático de violar o acordo tarifário.
Além disso, a divulgação do PCE (índice de preços de gastos com consumo pessoal) também esteve no radar e refletiu sobre os índices dos EUA e sobre o Ibovespa.
O índice inflacionário — o mais importante observado pelo Fed (Federal Reserve) — registrou alta de 0,1% em abril. No acumulado de 12 meses, ele atingiu 2,1%, ligeiramente acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central norte-americano.
“Mesmo com dados positivos nos EUA, com a inflação PCE abaixo do esperado e um sentimento do consumidor em alta, o foco ficou nas declarações duras de Trump e do representante comercial americano, que classificou a postura da China como ‘inaceitável’”, ressaltou Iarussi.
A Azzas 2154 (AZZA3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,71%. Logo atrás, Vamos (VAMO3) subiu 3,58%. E Yduqs (YFUQ3) teve ganhos de 3,26%.
Já na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas, caindo 6,25%. Em seguida, Braskem (BRKM5) perdeu 5,90%. E Gerdau Metals (GOAU4) caiu 4,35%.
Altas e Baixas do Ibovespa
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,32% e 1,09%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,63%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 2,53%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 3,17%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,57%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,16% e 1,18%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 0,50% e desvalorização 0,27%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,54%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,16%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 3,86%.
Índices do exterior fecharam mistos
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta sexta-feira (30). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,27%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,36%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,14%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,01% e 0,32%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,10%.