O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (6) com baixa de 1,41%, aos 134.572,45 pontos. O dólar comercial subiu 0,35%, a R$ 5,59.
Nesta sessão, o mercado se moveu sob o eixo do payroll dos EUA. O dado, que indica a criação de novas vagas de emprego no país, veio com resultado abaixo do previsto e causou quedas nas Bolsas externas, consequentemente, levando o Ibovespa à baixa.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, subiu levemente 0,07%, a US$ 101,17.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira, que o país criou 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em agosto.
A estimativa dos analistas, conforme o consenso LSEG, era que o payroll apontasse que os EUA criaram um total de 160 mil vagas em agosto.
“O payroll dos Estados Unidos apresentou dados mistos, frustrando expectativas e alimentando discussões sobre se o corte será de 25 ou 50 pontos-base”, disse Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
“Enquanto o crescimento salarial foi mais forte que o esperado e a taxa de desemprego caiu, a criação de empregos ficou abaixo do previsto. Essa combinação de fatores mantém os mercados em dúvida sobre o ritmo de relaxamento monetário nos EUA.”, reforçou o especialista sobre o cenário do mercado de trabalho nos EUA.
A aversão ao risco puxou as Bolsas de Nova York para baixo, junto com elas os mercados europeus também cederam.
Já Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, afirmou que o patamar o payroll foi positivo, pois se viesse mais baixo, seria um indicativo de que o Fed poderia cortar mais taxa de juros.
“Dado esse número e as revisões passadas, a expectativa é que venha a 0,25 e não mais do que isso. Então isso acho que frustrou um pouco quem estava mais otimista com queda de juros mais forte”, analisou.
“O minério caiu, o petróleo caiu, o dólar ficou no zero a zero, uma ligeira alta, mas a bolsa realizou porque não tem evento, [o payroll] seria uma expectativa de corte maior, vai ser 0,25, ou seja, o Fed vai fazer o dever de casa com calma e não de uma forma mais agressiva”, disse Bresciani.
Além disso, o Ibovespa viu a influencia negativa das principais commodities, com o petróleo caindo mais de 2% e o minério de ferro também desvalorizou acima de 1%.
“Vale acumulou queda enquanto a CSN registrou alta. Esse hiato entre as duas pode indicar uma possível montagem de posição na ação da CSN, com investidores apostando em uma recuperação da cotação da commodity”, indicou o especialista.
Ativos mais sensíveis à curva de juros, como YDUQ (educacional), IRB (resseguradora) e Magazine Luiza (MGLU), também sofreram quedas.
A CSN Mineração (CMIN3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,22%. Logo atrás, Braskem (BRKM5) e CSN (CSNA3) registraram altas de 3,00% e 0,61%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas, caindo 6,33%. Em seguida, vieram 3R Petroleum (RRRP3) e GPA (PCAR3), com perdas de 5,57% e 4,69%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,84% e 1,96%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,46%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,11%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,25%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,48%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 1,28% e 1,64%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,81% e 1,04%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 4,07%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 1,06%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 1,72%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta sexta-feira (6). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,60%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,07%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,14%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 1,73% e 2,55%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 1,01%.