Exterior em baixa

Ibovespa fecha em baixa refletindo Caged e ata do Fed; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (28) com  baixa de 0,47%, aos 138.887,81 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,89

Ibovespa/Foto:CanvaPro
Ibovespa/Foto:CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (28) com  baixa de 0,47%, aos 138.887,81 pontos. O dólar comercial subiu 0,88%, a R$ 5,89.

Com as movimentações do governo e pressão das entidades e setores do mercado financeiro sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o mercado de trabalho aquecido no Brasil e a ata do Fed indicando riscos, o Ibovespa operou com perdas desde o início da sessão.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,40%, a US$ 99,92.

No que se refere ao aumento do IOF, que vem causando mais desgaste entre o governo com os agentes do mercado financeiro e causando temor sobre o risco fiscal do Brasil, a equipe econômica deve anunciar em breve um aumento no bloqueio orçamentário para compensar o recuo determinado em parte da medida.

Na semana passada, após a repercussão negativa do aumento, poucas horas depois o governo federal voltou atrás e decidiu revogar as alterações no IOF sobre aplicações de fundos de investimento no exterior e de remessas de pessoas físicas com fins de investimento.

O valor do bloqueio nas despesas será agora de aproximadamente R$ 33 bilhões, segundo apuração do Valor Econômico. 

Além disso, o Ibovespa também reagiu, no período da tarde, aos novos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram a criação de 257,5 mil vagas formais de trabalho no País em abril.

O resultado representa uma alta de 7% em relação a abril de 2024, quando o Caged mostrou a criação de 239,8 mil empregos com carteira assinada. O resultado foi o melhor para o mês desde o início da série histórica, em 2020, segundo a CNN Brasil.

Em paralelo a isso, no exterior o destaque ficou por conta da ata do Fed (Federal Reserve), sobre a última reunião, quando a autoridade monetária decidiu manter a taxa de juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Os dirigentes do Fed reconheceram, durante seu último encontro de política monetária, que poderão enfrentar “trade-offs difíceis” nos próximos meses, com o aumento simultâneo da inflação e do desemprego. 

A preocupação é reforçada pelas projeções da equipe técnica, que apontam para a elevação dos riscos de uma recessão, segundo a ata da reunião realizada em 6 e 7 de maio.

Dessa forma, o cenário deve exigir que os membros do Banco Central dos EUA tenham que escolher entre priorizar o combate à alta dos preços — por meio de uma política monetária mais rígida — ou apoiar o crescimento e o emprego, com cortes na taxa de juros.

A perspectiva também não animou os índices dos EUA, que fecharam todos em baixa, influenciando também o Ibovespa e o fortalecimento do dólar.

No radar corporativo do Ibovespa, o principal foco do pregão foram as ações da Azul (AZUL4), que engataram uma forte queda, após a empresa entrar com um pedido de recuperação judicial nos EUA, utilizando o mecanismo previsto no Chapter 11 da lei americana de falências.

A decisão da companhia aérea foi motivada pelo agravamento da situação financeira, visto que a dívida atingiu R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um aumento de 50,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A Brava Energia (BRAV3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,28%. Logo atrás, PetroReconcavo (RECV3) subiu 3,40%. E Minerva (BEEF3) teve ganhos de 3,37%.

Já na ponta negativa, Usiminas (USIM5) liderou as perdas, caindo 4,67%. Em seguida, CSN (CSNA3) perdeu 3,89%. E Azul (AZUL4) caiu 3,74%.

Altas e Baixas do Ibovespa

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,24% e 0,16%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,53%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,91%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,12%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 4,67%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 0,81% e 1,75%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 0,37% e desvalorização 1,12%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,25%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 1,16%. Casas Bahia (BHIA3) equilibrou em 0,00%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta quarta-feira (28). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,78%, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 0,49%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,62%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,56% e 0,51%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,58%.