O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (18) com baixa de 1,39%, aos 127.652,06 pontos. O dólar comercial subiu 1,89%, a R$ 5,58.
Os investidores deram uma pausa no apetite que vinham demonstrando pelos ativos do Ibovespa. Uma das razões é a cautela que o mercado adotou enquanto aguarda mais notícias sobre a situação fiscal do Brasil. Além disso, um movimento de realização dos lucros trouxe o índice para baixo, com apenas 5 ações em alta.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, seguiu o mesmo caminho, com alta de 0,44%, a US$ 104,19.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com ministros nesta quinta-feira, para discutir o quadro econômico do País, antes da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas.
“Visto que o governo ainda não deixou claro se a intenção de corte de gastos é verdadeira, os investidores não querem pagar para ver se vai mais, e logo pensam em realizar lucros. Além disso, começamos a ver um movimento de correção no mercado americano e uma troca de setores”, comentou Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
“Com incertezas pairando sobre o fiscal no Brasil, o dólar volta a ter um dia de alta expressiva e leva os jutos futuros junto, e como já é de costume, juros pra cima, varejo pra baixo”, continuou.
Em um cenário de dólar alto, as companhias que gastam com a moeda desvalorizaram, como foi o caso da Azul (AZUL4), explicou Silva.
Ainda entre as maiores quedas do Ibovespa, as ações de frigoríficos, desvalorizaram após a confirmação, pelo Ministério da Agricultura, de um novo foco da doença de Newcastle em uma granja comercial de aves, no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul.
Diante disso tudo, o desempenho das Bolsas dos EUA, que ficaram todas negativas, influenciou na aversão ao risco np Ibovespa, explicou Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
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A Embraer (EMBR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 1,48%. Logo atrás, WEG (WEGE3) e RaiaDrogasil (RADL3) registraram altas de 0,74% e 0,20%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Marfrig (MRFG3) liderou as perdas, caindo 9,08%. Em seguida, vieram BRF (BRFS3) e Azul (AZUL4), com perdas de 7,88% e 7,87%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) desvalorizam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,12% e 0,18%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,52%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,94%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,79%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,75%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 0,47% e 0,44%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,88% e 0,45%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 5,87%. Diferente da Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 2,74%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 3,09%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta quinta-feira (18). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,43%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,21%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,08%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,78% e 0,70%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 1,29%.
“O auxílio de desemprego nos Estados Unidos veio maior, o que é bom, mas ao mesmo tempo traz incerteza, o desemprego não estaria crescendo demais, temos que esperar o payroll”, finalizou Bresciani.
