O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (8) com queda de 0,45%, aos 135.913,25 pontos. O dólar comercial subiu 0,24 %, a R$ 5,43.
A maior parte das pessoas que leem o BP Money devem ter visto Titanic (1997) ou saber a enredo, no pregão de hoje ocorreu um movimento similar (muito menos trágico): o Ibovespa era o navio e a Petrobras ocupou o papel de iceberg.
Ainda com os balanços e relatórios no foco, os investidores reagiram mal ao anúncio de dividendos da petroleira abaixo do que era esperado.
A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou, após o fechamento do pregão de quinta-feira (7), o resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25). A companhia registrou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões, revertendo o prejuízo observado no mesmo período do ano anterior.
A estatal reportou um Ebitda de US$ 10,2 bilhões no período, 1% acima do consenso. Apesar do resultado sólido, o pagamento de dividendos ficou em US$ 1,5 bilhão (yield de 1,8%), aquém do consenso de US$ 2 bilhões.
A decepção fez com que os papéis PETR3 entrassem na lista de maiores perdas, com quase 8% de recuo. Todo esse desempenho “afundou” o Ibovespa, já que a Petrobras representa mais de 11% do índice.
As ações do setor financeiro e das commodities metálicas foram a “porta” que impediu nossa protagonista de afundar completamente.
Para Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital “o dia também é marcado por uma agenda esvaziada, tanto aqui quanto no exterior, o que contribui para um clima mais morno nos mercados. Na minha opinião, o movimento de hoje é mais uma realização de lucros, natural após a sequência de altas dos últimos dias.”
O dólar operou praticamente estável após acumular uma queda de mais de 3% nos últimos quatro pregões. A divisa voltou a subir “de olho” na eleição de 2026, com a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não deve apoiar Tarcísio no próximo ano.
“O movimento de hoje é de correção técnica, mas também reflete a cautela típica de sexta-feira, quando o mercado costuma buscar proteção antes do fim de semana”, declarou Iarussi.
O dólar oscilou entre R$5,443 e R$5,415. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda/alta de 0,18%, aos 98,27 pontos.
Maiores altas e maiores quedas: BRKM5 e RAIL3
O pregão da B3 fechou com a Braskem (BRKM5) liderando as maiores altas, com aumento de 4,41%. A empresa é seguida pela Eletrobras na segunda e terceira posições; ELET3 teve alta de 3,56%, já ELET6 teve alta de 3,41%. O top quatro da lista verde fecha com Cogna (COGN3), alta de 3,37%.
A lista vermelha é encabeçada pela Rumo (RAIL3), com recuo de 9,50%. A empresa é seguida pela Petrobras (PETR3), recuo de 7,95%. Lojas Renner (LREN3) fechou com recuo de 7,26% e a lista fecha com a Azzas (AZZA3), queda de 7,04%.
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 7,95% e 6,15%. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,28%. PetroReconcavo (RECV3) recuou 0,15%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 2,37%. Gerdau (GGBR4) registrou avanço de 1,17%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,45%. CSN (CMIN3) avançou 0,61%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) fechou com alta de 0,68%. Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,11%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização de 1,08% e de 0,90%, respectivamente.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 5,12%. A Lojas Renner (LREN3) fechou com queda de 7,26%. Vivara (VIVA3) teve alta de 2,97%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia no verde. Os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,78% e 0,98%, respectivamente. Dow Jones subiu 0,47%.