
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (13) com queda de 0,30%, aos 157.157,02 pontos. O dólar comercial subiu 0,10%, a R$ 5,298
Apesar do fim do shutdown nos EUA, a bolsa brasileira terminou em queda, seguindo o cenário internacional com bolsas americanas também caindo firme.
Para Bruno Perri, estrategista de investimentos, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos, “essa queda, além de reflexo do aprofundamento da baixa das bolsas americanas, também tem infliência do impacto concentrado de algumas empresas do índice que caem bem mais forte como Hapvida (-46,5%), Banco do Brasil, entre outros, e o setor de varejo de forma mais generalizada, pelas vendas fracas no setor mostradas no dado do IBGE“, disse.
“Além disso, temos um certo viés até bem natural, na minha visão, de realização de lucros por parte de alguns agentes após esse rally exuberante dos últimos dias”, completou Perri.
Durante o dia, foram divulgados os dados de vendas do varejo no mês de setembro e o volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 0,3% na comparação com agosto. O resultado foi abaixo das expectativas e fez com que as ações das varejistas caíssem, mas, ao mesmo tempo, reforça a percepção de desaceleração econômica, ainda que gradual, após resultado do setor de serviços mostrar crescimento acima das expectativas ontem.
O dólar oscilou entre R$5,303 e R$5,274. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda de 0,27%%, aos 99,20 pontos.
“Acredito que a queda nos mercados americanos e o fluxo em direção aos emergentes é fator potencial, junto com o alívio após o fim do shutdown que reduz a demanda por portos seguros como o dólar e o ouro”, analisou Perri sobre a variação do DXY no dia.
Maiores altas e maiores quedas: MRVE3 e HAPV3
O pregão da B3 fechou com a MRV (MRVE3) liderando as maiores altas, com aumento de 5,41%. A empresa é seguida pela Allos (ALOS3), com alta de 4,43%. A terceira foi a MBRF (MBRF3), com crescimento de 4,26% e a lista verde fecha com B3 (B3SA3), alta de 2,48%.
A lista vermelha é encabeçada pela Hapvida (HAPV3), com recuo de 43,13%. A empresa é seguida pela Raízen (RAIZ4), recuo de 5,38% . Cosan (CSAN3) fechou com recuo de 5,30% e a lista fecha com Grupo Ultra (UGPA3), queda de 4,60%
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 0,70% e 0,68%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,55%. PetroReconcavo (RECV3) recuou 0,88%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,24%. Gerdau (GGBR4) registrou recuo de 0,79%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,49%. CSN Mineração (CMIN3) caiu 0,68%.
No setor bancário, o BTG Pactual (BPAC11) e o Itaú (ITUB4) fecharam com alta de 0,41% e 0,050%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,18%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização de 0,10% e de 0,060%, respectivamente.
Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,77%. A Lojas Renner (LREN3) fechou com queda de 0,47%. Vivara (VIVA3) teve desvalorização de 0,15%. C&A (CEAB3) fechou com recuo de 2,58%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia em queda apesar do fim da paralisação parcial do governo. Os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 2,58% e 2,29%, respectivamente. Dow Jones caiu equivalente a 1,65%.
Os principais índices norte-americanos seguem pressionados pelas ações de tecnologia, que ainda estão corrigindo sob a percepção dos mercados de que os seus valuations estão esticados.
Na análise de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, “o dia de hoje foi marcado por declarações de dirigentes do FED: As mensagens mais recentes reforçaram que ainda são necessários mais dados antes de qualquer decisão, destacando que a inflação segue acima da meta e que a política monetária não está claramente restritiva — o que reduz o espaço para cortes adicionais sem risco de tornar a postura excessivamente acomodatícia. Além disso, o leilão de Treasuries de 30 anos exibiu demanda mais fraca, com tail de 1 pb, o maior desde agosto, indicando maior cautela no mercado de juros e contribuindo para a pressão sobre moedas emergentes como o real.”