O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (10) com com baixa de 0,77%, aos 118.856,48 pontos. O dólar comercial subiu 1,00%, a R$ 6,10.
A economia brasileira e norte-americana seguiram marcando pontos no Ibovespa, com a inflação de 2024 fechada acima do teto da meta e o mercado de trabalho nos EUA ainda aquecido. Com isso, a aversão ao risco e a cautela dominaram o mercado financeiro.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou em alta de 0,46%, a US$ 109,69.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro apresentou uma alta de 0,52%. Dessa forma, o índice acumulou alta de 4,83% ao longo do ano, com pressão vindo, principalmente, do grupo Alimentação e Bebidas.
“Isso justifica que tenhamos um Banco Central atuante. Devemos ter um pico de inflação de novo em janeiro e isso deve mexer com os mercados de juros hoje”, disse Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Já nos EUA, os números do payroll mostraram que o país abriu 256 mil postos de trabalho em dezembro, de acordo com o departamento de trabalho.
“A força no mercado de trabalho continua a ser um ponto de destaque, mesmo em um cenário de aperto monetário por parte do Federal Reserve”, reforçou Bresciani. Os índices da Bolsa de Nova York já repercutiram as expectativas e fecharam com fortes perdas.
O analista também afirmou que o mercado deve reagir a esses números com ajustes nas projeções para a política monetária em 2025. Além disso, um impacto imediato deverá ser sentido no mercado de títulos americanos, com os rendimentos dos Treasuries subindo em antecipação a novas altas de juros.
“No mercado de ações, setores mais sensíveis ao custo de capital, como tecnologia, podem ser pressionados, enquanto segmentos cíclicos e financeiros podem se beneficiar de uma perspectiva de economia aquecida”, afirmou.
Dados esses cenários, as taxas de DI fecharam esta sessão com firmes ganhos, especialmente entre os contratos com prazos mais longos. Como efeito, as varejista se dividiram, com a maioria operando em queda.
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Já no radar corporativo, os preços internacionais do petróleo tiveram fortes altas, atingindo seu nível mais alto desde outubro do ano passado, com os investidores concentrados nas possíveis interrupções no fornecimento decorrentes de mais sanções à Rússia.
Com isso, o setor de commodities, em maioria, fechou valorizado, com a Vale (VALE3) conseguindo se recuperar após 8 sessões em queda. No entanto, o setor financeiro teve uma má performance e derreteu expressivamente.
A CSN (CSNA3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,76%. Logo atrás, IRB-RE (IRBR3) e CSN Mineração (CMIN3) registraram altas de 3,67% e 2,97%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Tim (TIMS3) liderou as perdas, caindo 5,02%. Em seguida, vieram Localiza (RENT3) e B3 (B3SA3), com perdas de 4,66% e 3,92%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Bancos tradicionais puxam queda
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiramm 0,49% e 0,27%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,62%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,82%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,75%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,63%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 1,16% e 0,29%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorizações de 0,97% e 1,21%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,67%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,07%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 1,43%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta sexta-feira (10). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,52%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,79%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,83%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 1,54% e 1,63%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 1,63%.
