O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (23) com queda de 0,63%, aos 129.418,73 pontos. O dólar comercial subiu 0,82%, a R$ 4,99.
Para finalizar a semana, após dias de resultados positivos, o Ibovespa passou a sessão em queda, sem grandes perspectivas na agenda do mercado para auxiliar com os ganhos. Além disso, parte dos resultados negativos também são puxados pelo movimento no exterior, pondo mais pressão sobre as negociações da Vale (VALE3), como explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
“Parte da queda sendo aliviada pela alta das ações da Vale (que possui um peso relevante no Ibovespa), refletindo o bom resultado divulgado ontem”, afirma Fernandes. Apesar das ações fecharem em alta, os resultados da Vale não foram tão favoráveis quanto o mercado esperava. No quarto trimestre de 2023 (4T23), a mineradora reportou um lucro líquido de US$ 2,418 bilhões, resultado correspondente a queda de 35,1%, relativo a 2022.
Os números etimados estavam em torno de US$ 4,1 bilhões, segundo analistas consultados pela LSEG. Mas a mineradora não ficou entre os principais ganhos do dia no Ibovespa, dando espaço para a EzTec (EZTC3). Fernandes diz que boa parte dos investidores tem posição short.
Quanto ao Dólar – que nesta sexta-feira se aproximou bastante dos R$ 5,00 – a alta pode ser explicada pelo temor geral quanto à decissão de cortes na taxa de juros pelo FED (Federal Reserve), assim como a precoupação com a ecnomia Chinesa.
Luiz Felipe, CEO do transferbank, esclarece outro ponto de interferência na alta da moeda como a “forte queda do petróleo na sessão de hoje, prejudicando ativos de países emergentes sensíveis às commodities”. “Ainda, conforme recentes sinais mais conservadores por parte dos dirigentes do Fed reforçam a percepção de que o início do ciclo de corte de juros ainda não está próximo”, reitera.
Vale (VALE3) leva Ibovespa, mas avança pouco
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,27% e 0,69%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,45%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento, em maioria, foi negativo, apenas da Vale (VALE3) ter subido 0,24%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,88%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,47%.
No setor bancário, a maioria dos papéis principais tiveram queda, exceto pelo Itaú (ITUB4) que avançou 0,29%. Enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,24%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também seguiram o mesmo ritmo, desvalorizando 1,29% e 1,35%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,90%. Já as ações das Lojas Americanas (AMER3) estabilizaram novamente, com 0,00%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 6,93%. Andre Fernandes explica que a queda da Casas Bahia, deve-se ao ceticismo do mercado com seus resultados. Além disso, ele afirma que há “um forte fluxo vendedor atuando no papel (provavelmente fundos que estão short, voltando a vender o ativo)”.
A Ez Tec (EZTC3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,06%. Logo atrás, Magazine Luiza (MGLU3) e CSN (CSNA3) registraram altas de 1,90% e 1,60%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Casas Bahia (BHIA3) liderou as perdas, caindo 6,93%. Em seguida, vieram GPA (PCAR3) e Raizen (RAIZ4), com perdas de 5,03% e 4,16%.
Índices do exterior fecham em constraste com 1 queda
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta sexta-feira (23). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou , enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,70%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,42%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq encerraram em direções opostas, com avanço de 0,03% e recuo de 0,28%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,16%.