Principal índice acionário do Brasil, o Ibovespa fechou em forte queda na sessão desta terça-feira (19) com uma recessão de 2,10%, aos 134.432,26 pontos. O dólar comercial subiu 1,22%, cotado a R$ 5,500.
As ações dos bancos despencaram, após receio de que o STF (Supremo Tribunal Federal) aplique punições às instituições que acatem as sanções aplicadas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes. Além disso, as ações da Raízen voltaram a cair após a Petrobras negar investimento na joint venture.
O ministro do STF, Flávio Dino determinou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros não têm eficácia no Brasil, a menos que sejam homologadas.
Gabriel Filassi, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital, afirmou que a forte queda do Ibovespa foi impulsionada pelas ações dos grandes bancos e que a decisão do ministro Flávio Dino foi uma “estratégia para ganhar tempo, já que a restrição dos serviços bancários acontece gradualmente, não de forma imediata”, completa Filassi.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, disse que “ no plano doméstico, a decisão do STF envolvendo a Lei Magnitsky reacendeu dúvidas sobre a aplicação de normas estrangeiras no Brasil, levantando questionamentos sobre segurança jurídica e autonomia das instituições financeiras. O dólar avançou em um movimento defensivo no mercado local, sustentado pela combinação de risco institucional e queda das commodities”, fecha Shahini.
O gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,11%, aos 98,28 pontos.
Maiores altas e maiores quedas
O pregão da B3 fechou em forte queda nesta terça-feira. A Raízen (RAIZ4) encabeça a lista vermelha, com desvalorização de 9,57%. A empresa é seguida pela Cosan (CSAN3), caindo 6,59%. Na terceira posição ficou os papéis do Banco do Brasil (BBAS3), com recuo de 6,03% e a lista fecha com a Natura (NATU3) desvalorizando 5,53%.
Na lista das maiores altas, a Minerva (BEEF3) fechou o dia com alta de 2,54%. A empresa é seguida pela Suzano (SUZB3), avançando 0,29%. Na terceira colocação ficou a Hypera Pharma (HYPE3), com crescimento de 0,22% e a lista verde se encerra com a Marfrig obtendo uma alta de 0,13% em seus papéis.
Variações por setor
O setor petrolífero operou em forte queda no pregão desta terça-feira. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 1,37% e 1,05%, respectivamente. A Prio (PRIO3) caíu 1,97% e os papéis da PetroReconcavo (RECV3) desvalorizaram 3,36%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) teve uma leve alta de 0,075% em suas ações. Enquanto as ações da Gerdau (GGBR4) registraram um declínio de 0,67%, a Usiminas (USIM5) desvalorizou 2,19% e a CSN Mineração (CMIN3) também fechou em queda de 2,05%.
O setor bancário fechou no vermelho, com Itaú (ITUB4) desvalorizando 3,05%. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) despencaram 6,03% no dia, o Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 3,43% e de 4,88%, respectivamente. Além disso, o BTG Pactual (BPAC11) fechou com forte queda de 3,43%.
Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,72%, a Lojas Renner (LREN3) e a Vivara (VIVA3) também fecharam com queda de 2,10% e 1,94%, respectivamente.
Índices dos EUA
Os índices S&P 500 e Nasdaq, um dos principais índices da bolsa de Wall Street, declinaram 0,58% e 1,46%, respectivamente. Enquanto, o índice Dow Jones teve um leve aumento de 0,02%.