Exterior em baixa

Ibovespa fecha em queda com o risco fiscal e ata do copom; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira (12) com baixa de 0,14%, aos 127.698,32 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,77

Foto: CanvaPro / Ibovespa
Foto: CanvaPro / Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (12) com baixa de 0,14%, aos 127.698,32 pontos. O dólar comercial subiu 0,01%, a R$ 5,77.

O sentimento de cautela ainda se sobressai no mercado financeiro, o que deixou o Ibovespa operando entre altos e baixos nesta sessão. Os principais pontos que agiram sobre o índice foram a ata do Copom, a valorização das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e o pacote fiscal do governo federal.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou em alta de 0,45%, a US$ 106,02.

Para os agentes do mercado, a dívida pública é um problema que tem se firmado cada vez mais e, inclusive, já pressiona as projeções do BC (Banco Central) quanto a futuros cortes na Selic (taxa de juros).

O tema do corte de gastos ainda corre entre a equipe econômica, o ministro Fernando Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua base aliada e os ministérios. 

Se, por um lado, O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB) disse que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotará uma política fiscal “rigorosa” e cumprirá o arcabouço fiscal

Por outro lado, alguns ministérios têm resistido aos planos de contenção de gastos, enquanto partidos de Esquerda como o PT – partido do próprio Lula -, PDT, PCdoB e PSOL chancelar um manifesto com críticas ao ministro da Fazenda, justamente pelos planos de ajuste fiscal.

“É um jogo de equilíbrio complexo, no qual Lula tenta não contrariar sua base e o próprio partido, mas sabe que precisa entregar medidas estruturais, além de somente cortar despesas. Além de correr contra o tempo, uma vez que quanto mais o tempo passa, aumentam as tensões e inquietação dos agentes econômicos”, disse Alexsandro Nishimura, economista da Nomos.

Em paralelo a isso, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) foi divulgada nesta terça-feira e mostrou um tom mais hawkish. 

De acordo com o economista Maykon Douglas, em resposta ao BP Money, o documento deixou claro que o desafio em questão vai além de “apenas” garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.

O economista chamou atenção ainda para uma mudança na parte sobre a inflação de curto prazo. 

“Nela, o cenário ‘se mostra mais desafiador’ em razão dos preços dos alimentos e do efeito cambial sobre os preços industriais. O que se soma a outros drivers de incerteza, como o hiato positivo, o mercado de trabalho apertado e a desancoragem das expectativas de inflação”, disse.

No lado positivo do Ibovespa, a Petrobras despontou no índice, com perspectivas de que em breve a exploração na Margem Equatorial seja liberada. 

O presidente Lula se reuniu com os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM), e com o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) para discutir o tema.

Já na ponta negativa, a Vale, que tem o maior peso do Ibovespa, ancorou uma queda forte superior a 2%, acompanhando também o preço do minério de ferro.

“As ações da Sabesp refletiram o desempenho sólido no terceiro trimestre. Além disso, a companhia também informou que descontinuou a divulgação de seu guidance devido ao realinhamento de suas políticas internas”, finalizou Nishimura.

A Localiza (RENT3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 6,69%. Logo atrás, Hapvida (HAPV3) e Sabesp (SBSP3) registraram altas de 4,42% e 3,79%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Cogna (COGN3) liderou as perdas, caindo 5,41%. Em seguida, vieram  Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e São Martinho (SMTO3), com perdas de 5,05% e 4,23%.

Altas e Baixas do Ibovespa: bancos engatam quedas

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,97% e 1,88%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,28%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 2,27%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 3,77%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,48%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 1,20% e 0,23%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorizações de 0,52% e 0,76%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,81%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 3,17%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 0,98%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta terça-feira (12). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 2,13%, enquanto o CAC 40, de Paris recuou 2,69%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,01%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,29% e 0,09%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,86%.

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