Ibovespa fecha em queda com radar voltado ao risco fiscal; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (23) com queda de 0,38%, aos 130.568,37 pontos. O dólar comercial subiu 0,25%, a R$ 5,53.

O mercado iniciou a semana preocupado com o cenário fiscal do Brasil, com isso, o Ibovespa angariou mais uma queda, a 5ª seguida, voltando ao nível dos 130 mil pontos, que não via desde o ínicio de agosto. O 4º Relatório Bimestral mostrou que o governo fará um bloqueio orçamentário, mas os investidores ainda se preocupam com a meta de resultado primário.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, também avançou 0,16%, a US$ 100,89.

O Relatório informou que o governo pretende fazer um novo bloqueio orçamentário total de R$ 2,1 bilhões, fazendo o montante total somar R$ 13,3 bilhões, conforme detalhado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, nesta segunda-feira.

Embora o montante bloqueado tenha aumentado, o governo também informou sobre a reversão de R$ 3,8 bilhões do contingenciamento realizado em julho.

Esse valor revertido se trata da reserva para cobrir despesas obrigatórias, impactando principalmente o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e as emendas parlamentares.

A reversão desse bloqueio foi possível, segundo o Relatório, por um aumento nas receitas, que totalizou R$ 4,4 bilhões entre julho e agosto.

O ministro Fernando Haddad (PT), durante participação na Semana do Clima, em Nova York, que os números da inflação devem ser “sucessivamente menores” e que o crescimento econômico do Brasil deve atrair o investimento estrangeiro.

Segundo o ministro da Fazenda, o crescimento econômico do Brasil representa uma vantagem competitiva capaz de atrair investimentos voltados ao desenvolvimento de novos negócios, especialmente aqueles ligados ao clima e à sustentabilidade.

“Vamos continuar tendo sucessivamente taxas de inflação menores. A deste ano foi menor que a do ano passado, e a Selic vai responder a esse comportamento”, disse Haddad.

Porém, na avaliação de Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, essas declarações são controversas “já que os juros futuros estão precificando uma alta para a inflação nos próximos anos, e o Focus está sempre aumentando as projeções tanto de Selic quanto de IPCA e PIB”.

O Relatório Focus do BC (Banco Central), que reúne a projeção de diversos economistas, apontou uma alta nas expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) este ano, saindo de 4,35% para 4,37%.