Ibovespa fecha em queda com reflexos da China e risco fiscal; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (18) com baixa de 0,22%, aos 130.499,26 pontos. O dólar comercial subiu 0,68%, a R$ 5,69.

A repercussão de temores com a economia da China chegou ao Ibovespa através das commodities, que operaram em queda nesta sessão. Além disso, segundo especialista, o mercado segue com a “guarda alta” quanto a contenção de gastos do governo.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com baixa de 0,32%, a US$ 103,49.

No quadro chinês, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 4,6% no terceiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado mostrou uma desaceleração, visto que o ritmo estava em 4,7% no segundo trimestre.

Na avaliação de Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, o mercado está cético quanto ao potencial de recuperação sustentável do país, o que afeta diretamente setores como mineração e petróleo.

O minério de ferro caiu 1,55% na Bolsa de Dalian, enquanto os dois índices de referência do petróleo também recuaram, o que impactou negativamente as ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).

Outro setor que sentiu esse reflexo foi o câmbio, onde o real enfraqueceu frente ao dólar e também à moedas emergentes, por conta do preço do petróleo, segundo Iarussi, mas também pelas incertezas com as contas públicas brasileiras.

“Embora indicadores econômicos positivos da China e dos EUA tenham inicialmente beneficiado a moeda, o real perdeu força à medida que surgiram temores de deflação na China e falta de medidas concretas para o ajuste fiscal aqui no Brasil”, afirmou o analista.

“Nos juros futuros, vemos um movimento de alta, que acompanha a valorização do dólar e a percepção de um risco fiscal maior. Fica claro, ao meu ver, que os investidores estão à espera de ações efetivas do governo em relação ao controle dos gastos públicos antes de baixar a guarda”, pontuou Iarussi.

Entre as maiores altas do Ibovespa, a Marfrig (MRFG3) teve fortes ganhos devido ao relatório recém-divulgado do Goldman Sachs. O banco começou a cobrir os papéis e espera valorização de 31% com base no último fechamento.