Ibovespa fecha em queda com impulso da Petrobras; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (29) com queda de 0,87%, aos 129.020,02 pontos. O dólar comercial subiu 0,06%, a R$ 4,97.

Pelo segundo pregão consecutivo, os resultados não foram positivos para o Ibovespa. Ao longo do dia o índice renovou a mínima algumas vezes, chegando a cair 1,14%, aos 128.670,83 pontos, por volta das 16h40 (horário de Brasília). No Brasil, o mercado não teve grandes movimentos para impulsonar a Bolsa, enquanto isso, nos EUA, os dados da inflação de janeiro influenciaram a balança.

O núcleo do PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo) do país norte-americano cresceu 0,4%, dentro do esperado. Se comparado ao aumento de 0,1% no mês de dezembro, houve aceleração. O dado animou o mercado do país, pensando nos prováveis cortes na taxa de juros pelo FED (Federal Reserve) neste semestre.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, afirma que a Bolsa brasileira não consegue seguir o entusiasmo dos pares norte-americanos, levados pelo rally das techs.

“Especificamente, hoje, enquanto as bolsas norte-americanas se apoiaram no alívio com a inflação, o Ibovespa sentiu o peso da queda de blue chips como bancos, AmBev e Petrobras, mas foi um movimento bem generalizado”, diz.

Ao mesmo passo, no cenário nacional as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3 e PETR4), que carregam peso relevante sobre o Ibovespa, seguiram sendo afetadas pelos fatores de quarta-feira (28). Na ocassião, a fala de Jean Paul Prates, sobre uma distribuição cautelosa dos dividendos extraordinários da petroleira, e a critica do presidente Lula (PT) à mineradora, levaram os papéis para baixo.

“Os papeis da Petrobras tiveram uma sessão volátil, com alternância de sinais, entre uma tentativa de recuperação após o forte sell-off de ontem devido às dúvidas quanto à distribuição de dividendos, mas sob pressão pela baixa do petróleo nos mercados internacionais em meio a temores sobre demanda”, avalia Nishimura.

Além disso, quanto aos papéis da Vale, o que também tem afetado os índices é o preço do minério de ferro. Mônica Araújo, estrategista de Renda Variável da InvestSmart XP, análisa o desempenho do cenário desde o ínicio do ano. “Há o acumulo de queda bem significativa nesse começo de ano e isso tudo acaba se refletindo um pouco na expectativa de um resultado um pouco mais fraco para o primeiro trimestre.”, afirma.

“Já não é um trimestre operacionalmente muito forte, então vemos a possibilidade de um preço de minério um pouco mais pressionado. E Isso acaba gerando dúvidas sobre o que pode ser, em termos de resultado ao longo de 2024”, conclui.