O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (22) com baixa de 0,30%, aos 122.971,77 pontos. O dólar comercial caiu 1,41%, a R$ R$ 5,94.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, ficou com alta de 0,10%, aos 108,17 pontos
O Ibovespa operou “de lado” nesta quarta-feira, com alguns papéis se destacando, como Banco do Brasil (BBAS3), BTG Pactual (BPAC11) e empresas do varejo. O dia com tendência à neutralidade vem em meio a uma agenda econômica mais fraca no Brasil e no exterior.
Além disso, o dólar acabou recebendo holofotes com sua contração ante o real, chegando a retornar ao patamar dos R$ 5,00. O movimento vem em resposta à cautela dos investidores, que se mantêm de olho nas medidas apresentadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
“A queda do dólar, na minha opinião, vem muito por conta da neutralidade inicial de Donald Trump em relação ao Brasil. Então, acho que a falta de dados negativos ajuda nessa queda do dólar. Todo mundo tinha uma expectativa sobre o que ele iria fazer, se poderia pressionar o Brasil ou anunciar algum tipo de tarifa, algo que pudesse nos prejudicar de forma direta”, elucidou Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Top Gain e da Dom Investimentos.
“Para a moeda permanecer abaixo dos R$ 6,00, a gente só depende de duas coisas: do Congresso apontar uma sinalização positiva, como o Haddad fez ao apresentar ontem 25 prioridades para a agenda econômica até 2026”, acrescentou o especialista.
O governo aparenta estar receoso quanto ao tema. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), optou por ficar no Brasil e não viajar para o Fórum Econômico de Davos para tentar acalmar os ânimos do mercado e da população, que foram aflorados no último trimestre, especialmente pela comunicação turbulenta em relação às políticas fiscais.
“Agora o governo não quer mais errar, aparentemente, na sua comunicação, e o Haddad já saiu na frente também. Isso é algo que tem ajudado, o mercado tem enxergado isso de forma positiva”, disse Correia.
No exterior, o presidente dos EUA tem sinalizado que vai tarifar a China em 10%, com possibilidade de início em fevereiro. Especialistas observam que o tom de Trump mudou — desde sua campanha eleitoral até agora —, especialmente em relação às taxas. Anteriormente, a promessa de tarifas chegava a 100%, e agora o presidente adotou uma postura mais voltada para negociações.
A CVC Brasil (CVCB3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 7,51%. Logo atrás, AZUL (AZUL4) e Locaweb (LWSA3) registraram altas de 6,98% e 5,66%, respectivamente.
Já na ponta negativa, RaiaDrogasil (RADL3) liderou as perdas, caindo 4,52%. Em seguida, vieram 3R Petroleum (BRAV3) e Minerva (BEEF3), com perdas de 4,13% e 3,42%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) despencam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,84% e 0,62%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,63%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 2,92%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 2,46%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,13%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com queda de 0,18% e alta de 1,83%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 1,37% e valorização de 1,20%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,41%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 2,92%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 6,17%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram avançaram nesta quarta-feira. O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,04%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,86%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,39%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,61% e 1,28%, respectivamente. Já o Dow Jones valorizou 0,30%.