Ibovespa fecha em queda esperando aprovação do pacote fiscal; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (16) com baixa de 0,84%, aos 123.560,06 pontos. O dólar comercial subiu 0,99%, a R$ 6,09.

A deterioração do cenário fiscal brasileiro segue sendo uma dor de cabeça para o mercado financeiro, consequentemente derrubando o Ibovespa mais uma vez. 

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com leve baixa de 0,14%, a US$ 106,86.

Os projetos enviados pelo governo federal ao Congresso Nacional seguem em trâmite, sem previsão de quando serão votados e aprovados, mesmo com o regime de urgência tendo sido aprovado na Câmara dos Deputados.

As propostas incluem uma economia estimada em R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e uma reforma do Imposto de Renda, que eleva a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil a partir de 2026.

Enquanto isso, o Ibovespa sofre com as projeções de piora na economia do País, conforme indicou o Boletim Focus do BC (Banco Central). 

O relatório, que mostra o consenso de economistas consultados pela autarquia para o IPCA (índice de Preços ao Consumidor), PIB (Produto Interno Bruto) e Selic (taxa básica de juros), indicou alta para os três indicadores este ano e em 2025.

Espera-se que em 2024 o IPCA chegue a 4,89%, acima da banda de tolerância da meta de 3%; o PIB deve subir a 3,42%, enquanto a Selic deve chegar a 14% em 2025, como já indicou o BC. 

“Esses dados impulsionaram o estresse na curva de juros, que subiu, inclusive, tirando do ar mais cedo a comercialização de títulos do tesouro direto”, disse Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco.

“As taxas seguem num ritmo de alta desde que o governo apresentou um pacote de corte de gastos considerado insuficiente pelo mercado, além de uma proposta de isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil”, prosseguiu.

Além disso, o radar do mercado tenha atenção voltada, nesta semana, para a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada na semana passada, que ditou um tom mais rígido e projetou mais duas altas de 1 p.p. na Selic no primeiro trimestre do ano que vem.