Exterior em baixa

Ibovespa fecha em queda, junto com as Bolsas globais; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (11) com baixa de 0,81%, aos 123.507,35 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,81

Ibovespa cai
Ibovespa / Foto: CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (11) com baixa de 0,81%, aos 123.507,35 pontos. O dólar comercial caiu 0,68%, a R$ 5,81.

Enquanto o mercado interno andou sem dados impactantes para o mercado financeiro, as novas movimentações de Donald Trump derrubaram as Bolsas externas novamente, um quadro que refletiu na operação do Ibovespa.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de 0,51%, a US$ 103,31.

A sessão iniciou com os dados do Jolts, com o número de vagas de trabalho disponíveis nos EUA, que subiram para 7,7 milhões em janeiro. O dado ficou acima do esperado pelas previsões que apontavam um aumento de 7,66 milhões de vagas. 

A taxa de vagas de emprego permaneceu em 4,6%. Em dezembro a leitura foi revisada para 7,6 milhões. As contratações também ficaram estáveis a uma taxa de 3,4% em 5,4 milhões. O número total de desligamentos foi semelhante ao de dezembro, com uma taxa de 3,3% em 5,3 milhões.

Ainda no cenário norte-americano, o presidente dos EUA, Donald Trump, dobrou a tarifa sobre todos os produtos de aço e alumínio vindos do Canadá. A taxa agora em 50% veio em resposta à província de Ontário que cobra uma tarifa de 25% sobre a eletricidade que entra nos EUA.

“Além disso, o Canadá deve imediatamente reduzir sua tarifa antiamericana de 250% a 390% sobre vários produtos lácteos dos EUA, que há muito tempo é considerada ultrajante. Em breve, estarei declarando uma Emergência Nacional de Eletricidade dentro da área ameaçada”, escreveu Trump em sua rede social, a Truth Media.

O republicano afirmou ainda que instruiu seu secretário de comércio a adicionar uma tarifa de 25% sobre o embargo que começa amanhã (12).

Com isso, os mercados seguem voláteis, após as Bolsas dos EUA e da Europa terem registrado perdas fortes de US$ 4 trilhões no S&P 500. Os agentes do mercado temem que o tarifaço de Donald Trump, pressione mais a inflação e provoque uma recessão no país e até mesmo no mundo.

Uma análise do estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, sinalizou que o S&P 500 conseguiu reverter grande parte das perdas que vem expressando nos últimos dias. “O que ajudou nessa recuperação ao meu ver, foi a política comercial do Trump, esse embate que ele promove com os diferentes países”, disse.

O especialista destacou que a volatilidade nos EUA segue forte, com a Nasdaq galgando uma recuperação ainda maior que a do S&P 500.

“Fora isso, tivemos a novidade de que a Ucrânia está concordando com o cessar-fogo capitaneado pelos EUA, se a Rússia assim aceitar. Então, essas duas notícias, a meu ver, foram o que mexeram [com os índices norte-americanos], porque do lado da economia tivemos uma recuperação técnica também, depois de uma forte queda”, comentou.

Já no ambiente interno, o dado econômico mais relevante foi o PMI industrial, que sinalizou que a indústria brasileira atuou com estabilidade em janeiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estabilidade apresenta uma interrupção na sequência de três quedas do setor que somavam 1,2%.

Em comparação com janeiro de 2024, a produção apresentou crescimento de 1,4%. O resultado ficou abaixo das expectativas de analistas ouvidos pela ‘Reuters’ que apontavam um aumento de 0,4%.

No radar corporativo, apesar dos preços internacionais do petróleo terem fechado com breves ganhos, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e demais petrolíferas operaram com queda. A desvalorização foi um reflexo da aversão ao risco que tomou o Ibovespa e as Bolsas globais.

A Locaweb (LWSA3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,79%. Logo atrás, Vivara (VIVA3) e CPFL Energia (CPFE3) registraram altas de 3,16% e 3,03%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Marcopolo (POMO4) liderou as perdas, caindo 4,46%. Em seguida, vieram Auren (AURE3) e GPA (PCAR3), com perdas de 3,35% e 3,25%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)  fecham opostos

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,90% e 1,50%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,99%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,83%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,36%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,34%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 0,88% e 0,89%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,61% e 2,11%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,48%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) subiram 5,96%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 10,87%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta terça-feira (11). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,32%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,31%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,79%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,75% e 0,18%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 1,14%.