O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (31) com baixa de 1,25%, aos 130.259,54 pontos. O dólar comercial caiu 0,94%, a R$ 5,70.
A aversão ao risco que tomou o exterior também dominou o Ibovespa, na esteira do tarifaço de Donald Trump, que prometeu novas medidas em breve.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,10%, US$ 104,16.
Depois de anunciar tarifas de 25% sobre todas as montadoras de automóveis que não fabricam não EUA, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou, no domingo (30), que o plano de tarifas recíprocas – chamado de “Dia da Libertação” – que será anunciado nesta quarta-feira (2).
A nova série de tarifas incluirá todos os países, e não apenas um grupo reduzido de nações com grandes desequilíbrios comerciais, como especulava o mercado até então.
“Você começa com todos os países. Essencialmente, todos os países dos quais estamos falando”, disse Trump.
“As preocupações fiscais internas complementaram o ambiente de aversão ao risco, que se refletiu na queda generalizada, com destaque para bancos e produtoras de commodities, que possuem grande peso na composição do Ibovespa”, disse Alexsandro Nishimura, diretor da Nomos.
Mas, além disso, o índice brasileiro também repercutiu a desvalorização no setor de commodities, com a Petrobras (PETR3;PETR4) em queda, mesmo com os preços internacionais do petróleo subindo.
Paralelamente, ainda no radar corporativo, as ações da Casas Bahia (BHIA3) sofreram fora do Ibovespa, reagindo à aversão ao risco generalizada.
“Empresa propôs a inclusão de uma cláusula de “poison pill” em seu estatuto social, para proteger a empresa de tentativas de tomada de controle hostis. Agentes do mercado enxergam a medida como positiva, apesar do movimento da ação hoje”, afirmou Nishimura.
“Essa semana teremos dados importantes. Amanhã [terça-feira (1º)] sai o PMI industrial de fevereiro nos EUA, que é muito importante para sentir a economia. Na sexta-feira, temos o Payroll, que é muito importante”, disse Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
A GPA (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 13,60%. Logo atrás, Minerva (BEEF3) e TIM (TIMS3) registraram altas de 1,77% e 1,13%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Vamos (VAMO3) liderou as perdas, caindo 6,21%. Em seguida, vieram CVC (CVCB3) e Marcopolo (POMO4), com perdas de 6,19% e 5,26%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Bancos tradicionais recuam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,61% e 0,72%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,55%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,49%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 4,26%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,70%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,88% e 1,57%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,56% e 1,51%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 3,88%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 6,56%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 12,89.
Índices do exterior fecharam opostos
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta segunda-feira (31). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,33%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,58%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,51%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 subiu 0,55% e Nasdaq recuou 0,14%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,00%.