Ibovespa fecha em queda pressionado por discurso de Putin

O dólar fechou em queda cotado a R$ 5,10 - menor valor desde 29 de julho do ano passado

O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (21), em sessão de forte volatilidade para o índice, que acabou encerrando próximo as mínimas do dia. O movimento negativo foi intensificado pelo discurso do presidente russo Vladimir Putin, o qual fomentou ainda mais as tensões com a Ucrânia e a comunidade internacional. Além disso, o benchmark brasileiro não contou com a referência das bolsas norte-americanas, que se mantiveram fechadas devido ao feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos.

No cenário interno, algumas ações contribuíram para o avanço do Ibovespa durante o dia, em especial a Petrobras. O petróleo disparou no exterior durante o discurso do presidente russo, impulsionando os papéis da estatal. Os ativos da Petrobras (PETR3) e (PETR4) fecharam com alta de 2,70% e 2,58%, respectivamente. Já a 3R Petroleum (RRRP3) obteve ganhos de 3,87%, enquanto Petrorio (PRIO3) subiu 3,65%.

Na contramão, os piores desempenhos da sessão ficaram com ações do setor financeiro e Americanas, após sites da varejista saírem do ar.

O dólar, por sua vez, fechou em queda cotado a R$ 5,107 – menor valor desde 29 de julho do ano passado (R$ 5,079). A moeda brasileira sustentou o melhor desempenho global nesta segunda, beneficiada pela contínua rotação de fluxos em prol de mercados de juros mais altos, caso do Brasil.

No radar do conflito no leste europeu, o Kremlin divulgou nesta tarde um comunicado resumindo os telefonemas de Putin com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz.

Entre as informações reveladas, o Kremlin disse que Putin está reconhecendo a independência dos territórios de Donetsk e Lugansk diante da “agressão militar das autoridades ucranianas”, como resultado do qual “a população civil está sofrendo”.

No final da tarde, o presidente fez um pronunciamento à nação e confirmou a informação passada mais cedo pelo Kremlin. No discurso, Putin atacou a possível entrada da Ucrânia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Para ele, a Organização reforça um sentimento anti-Rússia e é responsável por comandar, de forma indireta, o exército ucraniano.

O chefe de estado destacou que um risco de ataque à Rússia é elevado com a presença da Otan e afirmou que não aceitará escalada de armas na fronteira. Segundo Putin, os russos têm direitos de adotar medidas para garantir segurança.

Ao reconhecer a autonomia de Donetsk e Lugansk, regiões pró-Rússia, o presidente dá abertura para que ambos peçam apoio militar russo.

Apesar das duas localidades serem atribuídas aos separatistas, a comunidade internacional está preocupada de que os embates possam estar sendo provocados para tornar a entrada de militares russos na Ucrânia mais fácil.

Em meio a isso, os dois maiores índices acionários da Rússia caíram forte e atingiram patamares históricos no pregão. O MOEX, maior benchmark da bolsa de Moscou, e o RTSI, que contempla as 50 maiores ações do país, fecharam com perdas de 10,50% e 13,80%, respectivamente, registrando as maiores quedas diárias desde a crise econômica de 2008, apontou a consultoria americana Refinitiv.  

Na Europa, as bolsas seguem sendo impactadas pela preocupação com o leste europeu e todos os principais índices fecharam em desvalorização nesta segunda.

Bolsa

O Ibovespa caiu 1,02%, aos 111.725 pontos. O volume financeiro foi de R$ 18,3 bilhões.

Maiores altas

3R Petroleum (RRRP3) +3,87%;
PetroRio (PRIO3) +3,65%;
Sabesp (SBSP3) +3,54%;
Petrobras (PETR3) +2,70%;
Petrobras (PETR4) +2,58%

Maiores baixas

Qualicorp (QUAL3) -7,84%;
Positivo (POSI3) -6,79%;
Americanas (AMER3) -6,61%;
Petz (PETZ3) -6,27%;
Meliuz (CASH3) -6,23%

Dólar

A moeda americana fechou em baixa de 0,64%, a R$ 5,1070.

Ibovespa pela tarde

Às 17h10 (horário de Brasília), o benchmark apresentava baixa de 0,81%, aos 111.970 pontos. O dólar registrava desvalorização de 0,64%, sendo cotado a R$ 5,10.

Às 15h42 (horário de Brasília), o índice virava para queda de 0,28%, aos 112.567 pontos. O movimento é puxado pela menor liquidez nos mercados globais frente a ausência das bolsas em Nova York neste pregão, que se matém fechadas devido ao feriado do Dia do Presidente. O dólar recuava 0,79%, sendo cotado a R$ 5,09.

Índice ao meio-dia

Às 12h36 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,36%, aos 113.272 pontos. O dólar tomabava 1,07%, sendo cotado a R$ 5,08.

Durante o turno matutino, a primeira sessão da semana foi marcada de volatilidade, refletindo a tensão dos investidores sobre a tensão entre a Rússia e a Ucrânia.

Os papéis ordinários da Rumo lideravam altas, com avanço de 4.87%, a R$ 15.94. No entanto, neste mesmo período, as ações mais negociadas do pregão eram os papéis ordinários da Petrobras e Vale, que registraram alta de 2,21% e 2,35% respectivamente.

Já as ações que lavavam a pior ao meio-dia foram as ordinárias da positivo, que tombavam 4,20%, a R$ 8,90.

No radar corporativo nacional o destaque é o comunicado da Americanas que indicou um acesso não autorizado em seu site. As plataformas da Americanas e do Submarino estão fora do ar desde domingo (20).

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) mantinha a variação positiva de 0,12%, aos 2.755 pontos.

O IRDM11 apresentou melhor performance entre os ativos, ao passo que crescia 1,66%, a R$ 106,93.

Já o fundo BLMG11 apresentava o pior desempenho, com queda de 1.57%, a R$ 93,02.

Como foi a abertura do Ibovespa?

O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, iniciou a primeira sessão da semana, segunda-feira (21), em alta de 0,15%, aos 113.045 pontos. O Dólar recuava 0,32%, sendo cotado a R$ 5,12.

A bolsa segue ritmo inconstante, entre perdas e ganhos em função da tensão entre os países europeus mais comentados nos últimos noticiários, a Rússia e a Ucrânia.

Os investidores assimilam os dados do tradicional relatório Focus que revelou a desesperança do mercado financeiro sobre o cenário inflacionário nacional, com a quinta elevação consecutiva nas expectativas sobre o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), de  5,50% para 5,56%.

Confira a abertura do Ibovespa na íntegra.

Pré-abertura da Bolsa

No Brasil, o destaque desta segunda-feira (21) é a divulgação do IPCA-15 de fevereiro e a continuidade da temporada de balanços, que conta com os resultados da Vale e Petrobras. Além disso, no radar político, as discussões envolvendo projetos para reduzir os preços de combustíveis repercutem no noticiário.

As principais bolsas mundiais operam de forma mista, à medida que as ações asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira e os índices futuros operam de forma mista, após os papéis norte-americanos avançarem durante a noite.

Confira a pré-abertura do mercado aqui.