Ibovespa fecha em queda puxado por inflação e combustíveis

O dólar encerrou em leve alta de 0,11%, a R$ 5,016

O Ibovespa seguiu o desempenho negativo do exterior e encerrou em queda nesta quinta-feira (10), apesar de ter se afastado das máximas alcançadas durante a sessão. O movimento foi puxado pela divulgação de dados da inflação dos Estados Unidos e pela aversão global a riscos após conversas entre Rússia e Ucrânia terminarem sem avanço. 

O dólar, por sua vez, fechou em alta beneficiado pelo cenário geopolítico global e pela inflação norte-americana de fevereiro, que atingiu o maior valor em 40 anos. 

As perdas do benchmark brasileiro foram limitadas graças ao avanço de ações de peso no índice, como Petrobras e Vale.

Na contramão, o Ibovespa foi pressionado por setores financeiros e ligados à economia doméstica, além dos expressivos recuos de Embraer, Natura e Via, após reportarem os balanços trimestrais.

Em relação à Petrobras, foi anunciado hoje seu maior reajuste de preços em duas décadas. No caso da gasolina, o reajuste para as distribuidoras é de 18,8%. O preço médio passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Já o diesel teve um aumento ainda maior, de 24,9%. O valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51.

As altas entram em vigor a partir de sexta-feira (11).

Na política, o Senado aprovou o Projeto de Lei que cria a Conta de Estabilização dos Preços dos Combustíveis (CEP) na intenção de frear os aumentos dos combustíveis no mercado interno. 

A proposta também estabelece a ampliação do auxílio-gás, além de criar o auxílio-gasolina, com uma quantia de R$ 100 e R$ 300 para motoristas de táxi, mototáxis e de aplicativos.

No radar das commodities, o petróleo fechou em baixa pelo segundo dia consecutivo, após fortes altas nos últimos pregões. O barril tipo WTI (abril) caiu 2,20%, a US$ 106,31, e o Brent (maio) recuou 1,38%, a US$ 109,61. 

Em Wall Street, os investidores temem que as negociações fracassadas entre Rússia e Ucrânia enfraquecerão o ritmo de crescimento global. Com isso, o índice Dow Jones recuou 0,34%, aos 33.173 pontos, o S&P 500 teve baixa de 0,43%, aos 4.259 pontos, e a Nasdaq caiu 0,95%, aos 13.129 pontos.
 
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as principais taxas de juros depois de realizar uma reunião de política monetária. A taxa de depósitos permaneceu em -0,50%, a taxa de refinanciamento, a com mais relevância das três, em 0%, e a taxa de empréstimo em 0,25%.
 
As bolsas europeias fecharam em queda com a repercussão da inflação da maior economia do mundo, enquanto o embargo ao petróleo russo é monitorado por agentes do mercado.
 
Bolsa
 
O Ibovespa fechou em queda de 0,21%, aos 113.663 pontos, com volume financeiro de R$ 31 bilhões.

Maiores altas

Gerdau (GGBR4) +4,61%
Qaulicorp (QUAL3) +4,18%
Petrobras (PETR4) +3,50%
Vale (VALE3) +3,30%
Gerdau (GOAU4) + 3,19%

Maiores baixas

Embraer (EMBR3) -14,93%
Natura (NTCO3) -9,30%
Banco Inter (BIDI11) -7,12%
Gol (GOLL4) -4,95%
Magazine Luiza (MGLU3) -4,33% 

Dólar
 
A moeda encerrou a sessão em leve alta de 0,11%, a R$ 5,016.

Ibovespa pela tarde

Às 17h04 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,34%, aos 113.508 pontos.O dólar tinha alta de 0,11%, aos R$ 5,016.

Às 15h44 (horário de Brasília), o benchmark tinha queda menos expressiva, de 0,58%, aos 113.244 pontos. O índice segue o movimento negativo dos mercados internacionais após a divulgação dos dados de inflação nos EUA, que acumulam alta de 7,9% no ano. Além disso, os investidores repercutem as falas de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), de que a guerra na Ucrânia terá grande impacto no crescimento econômico e inflação da zona do euro.

O dólar subia 0,13%, aos R$ 5,016.

Índice ao meio-dia

Às 12h (horário de Brasília) o Ibovespa aprofundou a queda do início do pregão desta quinta-feira (10) e recuava 1,18%, aos 112.555 pontos. O resultado vem em meio uma sessão marcada por correção de mercados e a repercussão do reajuste dos preços dos combustíveis. O dólar persiste em alta e avançava 0,98%, aos R$ 5,059.

Durante a manhã foram divulgados dados sobre a criação de empregos formais, através do Caged, e a variação das vendas no varejo. As informações foram trazidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, no radar corporativo, investidores ainda repercutem o reajuste no preço dos combustíveis pela Petrobras. Os papéis da companhia registraram altas nesta manhã. Ações de empresas que divulgaram seus balanços também sentiram variações, com CSN, Embraer e Natura.

Entre os maiores ganhos do Ibovespa no início desta tarde estão a Klabin UNIT (KLBN11), com elevação de 0,70%; Petrobras PN (PETR4), avanço de 0,73%; e Suzano ON (SUZB3), alta de 1,25%. Já entre as maiores perdas, a Embraer ON (EMBR3), queda de 2,14%; Grupo Natura ON (NTCO3), recuo de 1,93%; e o Banco Inter UNIT (BIDI11), contração de 1,89%.

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX), da B3 (Bolsa de Valores brasileira), opera em território positivo, com alta de 0,06%.
 
Como foi a abertura da Bolsa?

O Ibovespa abriu o pregão desta quinta-feira (10) no sentido oposto ao fechamento. Às 10h04 o índice caía 0,42%, aos 113.424 pontos. O recuo vem em meio a novas notícias sobre os conflitos na Ucrânia e o anúncio de um novo reajuste nos preços do diesel e da gasolina. O dólar comercial avançava 0,73%, a R$ 5,0479.  

A Petrobras comunicou ao mercado que realizou um reajuste 18,7% nos preços da gasolina e de 24,9% para o diesel. A alteração passará a valer a partir de sexta-feira (11). O gás liquefeito de petróleo (GLP) também será reajustado em 16%.
 
Pré-abertura

As principais bolsas mundiais iniciam as negociações desta manhã em queda, os índices futuros norte-americanos operam no vermelho, assim como os mercados europeus. Já na Ásia, as bolsas fecharam em território positivo, à medida que os preços de commodities começaram a neutralizar na véspera.

A guerra na Ucrânia ainda está no radar, com o governo ucraniano acusando os russos de bombardearem um hospital infantil situado em Mariupol, mesmo com o acordo de cessar-fogo para possibilitar a evacuação de civis.