Ibovespa fecha em queda com Fed e espera por Copom; dólar sobe

Principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa fechou em queda de 0,49%, aos 111 mil pontos

O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (21) perto da estabilidade após o Federal Reserve, banco central norte-americano, subir a taxa de juros em 0,75%, em linha com as expectativas do mercado. Com isso, o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,49%, aos 111.963 pontos. O dólar, por sua vez, se fortaleceu com a divulgação e subiu 0,53%, a R$ 5,16. 

“O tom veio bem hawkish. A gente está vendo que o mercado está tentando digerir até onde os juros vão. No momento da divulgação, os ativos de risco sofreram porque também tivemos, nos últimos dias, um mercado muito otimista”, explicou Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed. 

Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, o aumento de juro não representa em si uma surpresa. “No entanto, todas as demais projeções realmente surpreenderam e apresentaram uma perspectiva bastante negativa, com inflação maior e mais permanente; taxas de juros que devem se manter altas por um período prolongado; e com projeção de menor crescimento para economia americana”, apontou.

Nesta “super-quarta”, também será divulgada a nova taxa de juros no Brasil pelo Banco Central. O mercado espera que o número, no entanto, permaneça estável. 

No entanto, o principal destaque negativo da sessão ficou para o BTG Pactual (BPAC11), que caiu 5,10% após o Itaú BBA rebaixar as ações do BTG para ‘market perform’. 

Os papéis da CSN, tanto da siderúrgica (CSNA3), quanto no setor de mineração (CMIN3) também fecharam entre as maiores quedas, com baixas de 4,27% e 2,82%. O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu alterar para indeterminado o prazo para que a CSN venda as ações que mantém da rival Usiminas (USIM5), que também fechou com recuo de 0,89%. No setor, Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) recuaram 1,44% e 0,08%.

No setor de proteína, Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) encerraram, também, entre os maiores perdedores, recuando, respectivamente, 2,93% e 2,76%. Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3) também caíram 1,75% e 0,91%. 

Na outra ponta, os destaques positivos ficaram por conta do setor varejista. Magazine Luiza (MGLU3) subiu mais de 6%. Via (VIIA3) teve alta de 4,70%. Grupo Soma (SOMA3) subiu 3,31%. Alpargatas (ALPA4) valorizou 3,11%. Fechando o ranking, CVC (CVCB3) ganhou 0,84%. 

As ações da Oi (OIBR3) fecharam em baixa de 9,09%. Tim (TIMS3) caiu 0,99% e Telefônica Brasil (VIVIT3) subiu 0,15%. 

No setor bancário, Santander (SANB11) teve queda de 0,77%, Bradesco (BBDC4) perdeu 0,50%, Banco do Brasil (BBAS3) desvalorizou 0,66% e Itaú (ITUB4) recuou 0,87%. 

Wall Street também fechou em queda, como o Ibovespa. Nasdaq caiu 1,79%, Dow Jones teve baixa de 1,70% e S&P 500 recuou 1,73%. Na Europa, clima foi majoritariamente favorável, enquanto Ásia teve baixa nos pregões desta quarta-feira.