O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (24) com alta de 0,65%, aos 130.066,95 pontos. O dólar comercial caiu 0,52%, a R$ 5,66.
Os quadros político e econômico tiveram um dia mais agitado, com a divulgação do IPCA-15, prévia oficial da inflação, e declarações de Campos Neto e Haddad sobre a preocupação com o risco fiscal no Brasil, durante encontro do G20.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, teve alta de 0,39%, a US$ 104,03.
O IPCA-15 de outubro mostrou uma elevação de 0,54%, muito acima dos 0,13% registrados em setembro e maior também que o esperado pelo consenso LSEG (0,50%).
Conforme avaliação de especialistas consultados pelo BP Money, esse número mostra um aumento da desancoragem da inflação, que se pega ainda mais distância da meta de 3% do BC (Banco Central). O fator de maior peso no índice foi a energia elétrica.
“Em um ambiente já deteriorado por conta de um cenário fiscal delicado e desancoragem das expectativas, um indicador de inflação mais forte definitivamente não ajuda”, destacou Helena Veronese, Economista-Chefe B.Side Investimentos.
Ainda no cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), esteve em coletiva de imprensa ao lado do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Na ocasião, ambos indicaram visões positivas quanto à medidas que fortaleçam a trajetória sustentável das contas públicas.
Na visão de Campos Neto, o pacote de corte de gastos que o governo Lula deve anunciar após as eleições municipais deve acalmar as reações do mercado com as contas públicas.
“A gente entende que vamos ter alguns anúncios no curto prazo que vão endereçar em parte essa reação do mercado em relação ao tema fiscal”, disse.
“O mercado reagiu ligeiramente [às declarações], com as taxas [de juros futuros] caindo, dólar em ligeira queda e bolsa subindo um pouquinho, e quem puxa são os setores de varejo e educação. Vale e Petrobras continuaram caindo”, comentou Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
A Lojas Renner (LREN3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,84%. Logo atrás, CVC (CVCB3) e Cogna (COGN3) registraram altas de 4,76% e 4,23%, respectivamente.
Já na ponta negativa, IRB (IRBR3) liderou as perdas, caindo 7,32%. Em seguida, vieram Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Braskem (BRKM5), com perdas de 2,71% e 1,69%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) valorizaram
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 0,33% e 0,67%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,84%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,59%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,22%. Usiminas (USIM5) valorizou 1,59%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 0,90% e 0,11%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 0,20% e 0,32%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,61%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 0,27%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 2,13%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta quinta-feira (24). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,40%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,13%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,06%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,22% e 0,76%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,33%.