O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (26) com alta de 0,34%, aos 132.519,63 pontos. A última valorização O dólar comercial subiu 0,42%, a R$ 5,73.
O Ibovespa conseguiu se manter valorizado por mais uma sessão, ainda se beneficiando do fluxo de investimentos estrangeiros que tem atraído. Além disso, uma recuperação no setor de commodities tem impulsionado o índice recentemente.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,37%, a US$ 104,57.
Internamente, um dos destaques que animaram as empresas que estabelecem comércios no exterior foi a formalização de acordos de cooperação entre o Brasil e o Japão, em uma visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à nação asiática.
“Mesmo com o dólar em alta e juros oscilando, o mercado reage bem a dados positivos como a entrada de US$ 9,3 bi em investimento estrangeiro direto em fevereiro, bem acima do esperado, o que compensa o déficit em transações correntes”, avaliou Lucas Almeida, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital.
Mas o cenário externo também está ditando o ritmo do Ibovespa, ao passo que o presidente dos EUA, Donald Trump, deve anunciar novas tarifas de importação sobre os automóveis, segundo a Casa Branca.
Almeida comentou ainda que “sem dúvidas”, isso aumenta a incerteza global, pressiona as bolsas nos EUA e reduz chances de cortes de juros por lá, como sinalizado pelo próprio Fed (Federal Reserve).
“Minha leitura é que, apesar da tensão externa, o Brasil está se beneficiando do fluxo estrangeiro e da recuperação de commodities. Acredito que se o cenário externo não piorar, pode haver espaço para o mercado local seguir firme no curto prazo”, disse o especialista.
Como resposta ao aumento da tensão na geopolítica e comércio global, os investidores preferem apostar em economias mais fortes, o que beneficiou o dólar frente ao real. Além disso, a sinalização do Fed sobre a política monetária também torna a moeda estrangeira mais atraente.
Na linha positiva do Ibovespa, as ações de maior peso – a Petrobras e a Vale – operaram em alta, junto com os principais bancos do País. Os preços internacionais do petróleo fecharam com breves altas, o que ajudou o setor de commodities.
“Entre as altas, temos Braskem (BRKM5), que pode estar sendo refletida por uma possível expectativa de desinvestimentos ou reestruturação. O papel está bastante descontado em relação aos pares e, diante do cenário técnico mais favorável, investidores parecem antecipar compras e pressionar novas altas no papel”, disse Almeida.
“Entre as baixas, temos JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), pressionadas por um cenário setorial. A escassez de gado nos EUA continua afetando diretamente a rentabilidade da JBS, enquanto a Marfrig, apesar de menor exposição ao mercado americano, sente o reflexo da alta de custos e da pressão sobre as margens”, explicou o especialista.
Por sua vez, o problema da Minerva são desafios ligados à alta alavancagem e à volatilidade cambial, que impactaram o resultado do trimestre, mesmo com crescimento de receita.
A Braskem (BRKM5) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 9,68%. Logo atrás, Brava Energia (BRAV3) e Vamos (VAMO3) registraram altas de 6,63% e 6,25%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Automob (AMOB3) liderou as perdas, caindo 3,70%. Em seguida, vieram Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3), com perdas de 3,18% e 2,70%.
Altas e Baixas do Ibovespa: varejistas valorizam forte
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 1,06% e 0,94%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 3,91%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,84%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,87%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,68%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 1,08% e alta de 1,19%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 1,63% e 0,66%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,29%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 8,90%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 3,51%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta quarta-feira (26). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,02%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,96%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,70%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 1,12% e 2,04%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,31%.