Abertura do mercado

Ibovespa inicia pregão da ‘Super Quarta’ em alta; dólar sobe

O foco dos investidores são as políticas de juros, tanto no Brasil quanto nos EUA

Foto: Reprodução
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, iniciou o pregão desta quarta-feira (19) no azul, enquanto o mercado espera as decisões na política monetária nacional e norte-americana. 

Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma valorização de 0,16%, aos 131.688 pontos.

O dólar comercial inciava a sessão desta quarta-feira (19) no mesmo caminho que o índice, ao passo que avançava 0,08%, cotado a R$ 5,67.

A moeda norte-americana reflete o foco dos investidores nas políticas de juros tanto no Brasil quanto nos EUA, com a expectativa de desaceleração econômica em ambos os países.

No entanto, a intensidade dos aumentos de juros no Brasil, aliada à duração das taxas elevadas nos EUA, pode intensificar a desaceleração econômica, com o mercado monitorando atentamente os desdobramentos.

Expectativas de mercado para a ‘Super Quarta’

Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, destaca a importância da “Super Quarta” para os mercados, com decisões cruciais sobre as taxas de juros tanto nos EUA quanto no Brasil.

Para o especialista, as decisões são amplamente esperadas e “não devem trazer surpresas”. Ele observa que, apesar de uma alta consistente do IBOV, que já acumulou 7% de ganhos em março, o mercado brasileiro está se beneficiando da atratividade do carry trade, impulsionado pela maior taxa real de juros do mundo.

Correia ainda enfatiza que, embora o fluxo de capital esteja crescendo, ele não reflete uma confiança genuína no país, mas sim uma movimentação especulativa, buscando aproveitar a rentabilidade oferecida pelas altas taxas de juros.

Por aqui, o principal índice da B3 deve reagir à fragilidade das commodities e ao leilão de dólares promovido pelo Banco Central (BC), antecedendo a reunião do Copom, e também à repercussão dos balanços corporativos do quarto trimestre.

A análise de Correia sobre o fluxo de capital também é relevante aqui, pois, enquanto o Brasil se beneficia de um fluxo forte, ele é impulsionado por uma movimentação especulativa ligada às altas taxas de juros, e não por um comprometimento de longo prazo com a economia brasileira.

Isso reflete uma preocupação dos investidores com a sustentabilidade dessa alta e com as possíveis repercussões de uma desaceleração mais acentuada, tanto interna quanto externa.

EUA

Os índices futuros das bolsas dos EUA estão praticamente estáveis nesta quarta-feira (19), com o foco principal voltado para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).

A expectativa é que o banco central norte-americano mantenha a taxa de juros no intervalo atual de 4,25% a 4,50%. Contudo, o mercado já antecipa a possibilidade de um corte de juros a partir da reunião de 18 de junho, com a ferramenta FedWatch, do CME Group, apontando uma probabilidade de 65% para essa ação.

Cotação dos índices futuros dos EUA:  

Dow Jones Futuro: +0,01%

S&P 500 Futuro: +0,04%

Nasdaq Futuro: +0,04%

Bolsas asiaticas

No mercado asiático, os índices fecharam em direções mistas, com os investidores focados no Japão. O Banco do Japão manteve suas taxas de juros em 0,5%, conforme esperado, enquanto avalia os impactos das tarifas impostas pelos EUA.

Durante a coletiva de imprensa, o governador Kazuo Ueda afirmou que, embora os preços ao consumidor continuem subindo, eles ainda não atingiram a meta de 2% do banco central.

Shanghai SE (China), -0,10%

Nikkei (Japão): -0,25%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,12%

Kospi (Coreia do Sul): +0,62%

ASX 200 (Austrália): -0,41%

Bolsas europeias

Já os mercados europeus operam predominantemente em queda, à medida que os investidores reagem a uma reforma política significativa na Alemanha, aos desdobramentos sobre o cessar-fogo na Ucrânia e aguardam novas atualizações sobre as políticas monetárias do Fed e do Banco da Inglaterra.  

FTSE 100 (Reino Unido): +0,02%

DAX (Alemanha): -0,49%

CAC 40 (França): -0,05%

FTSE MIB (Itália): -0,43%

STOXX 600: -0,28%