O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, segue a tendência mundial nesta sexta-feira (22) e opera em queda após declarações dos bancos centrais norte-americano e brasileiro. Às 14h20 (de Brasília), o índice recuava 2,26%, aos 111.758 pontos. Com a desvalorização, o Ibovespa cai quase 4% na semana, o que representa a pior semana para o índice desde outubro. O dólar avança 3,63%, sendo negociado na compra e na venda por R$ 4,7899.
Dos 92 ativos que compõem o índice, apenas oito apresentam ganhos. Os destaques negativos ficam com Eletrobras (ELET3), que cai 4,36% após o ministro Vital do Rego Filho, do TCU (Tribunal de Contas da União), pedir vista de 60 dias do processo de privatização da companhia. Os papéis da estatal são vendidos a R$ 40,36.
A Vale (VALE3) tem queda de 4,52%, a R$ 81,54. Petrobras também amarga perdas, com os papéis ordinários da companhia (PETR3) valendo R$ 33,94, desvalorização de 3,36%. Os papéis preferenciais (PETR4), caem 2,70%, a R$ 30,94.
Influencia no desempenho da Bolsa os recentes comentários de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), sobre o aumento da Selic. Em evento em Washington organizado pelo Banco Mundial, Campos Neto reforçou a intenção do BC de aumentar a taxa básica de juros no País em um ponto percentual em maio. A medida procura conter os efeitos da inflação no Brasil, que bateu recorde em março.
Também pesam as declarações de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano). Na quinta-feira (21), feriado de Tiradentes no Brasil, Powell defendeu uma aceleração no aperto monetário, levantando a possibilidade de um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros da principal economia mundial.
No mesmo caminho do Ibovespa, as bolsas europeias fecharam em queda, sentindo os impactos da fala de Powell. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 1,79%. O índice DAX, de Frankfurt, cedeu 2,48%, e o Cac 40, de Paris, recuou 1,99%. Por fim, o índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, perdeu 2,12%.