O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, iniciou o pregão desta terça-feira (5) oscilando, com as atenções do mercado voltadas para as eleições dos EUA.
Por volta das 10h11 (horário de Brasília), o índice apresentava recuo de 0,016%, aos 130.493,73 pontos.
O dólar comercial, por sua vez, seguia uma performance no mesmo sentido, com recuo de 0,15%, cotado a R$ 5,7829.
Investidores também repercutem o balanço de resultados “impressionante” do Itaú (ITUB4), com lucro recorrente gerencial de R$ 10,675 bilhões no 3º trimestre de 2024, número 18,1% maior que o registrado há 1 ano.
O resultado veio algumas casas acima do esperado pelo consenso LSEG, que era um número em torno de R$ 10,359 bilhões.
Além disso, a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que inicia nessa terça-feira (5), também concentra a atenção de participantes do mercado. A decisão acerca da taxa básica de juros (Selic) será conhecida na quarta-feira (6).
As apostas são de que o comitê vai elevar a Selic em 0,50 p.p, devido à persistência das pressões inflacionárias e da força do mercado de trabalho.
O pacote fiscal também segue no radar. Na segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a equipe econômica está pronta “essa semana para anúncio do Plano de corte de gastos“. De acordo com o ministro, a parte técnica do projeto “está avançada”.
O governo está estudando a possibilidade de incluir alterações nos pisos da Saúde e Educação nas medidas de corte de gastos, informou reportagem do O Globo.
De acordo com o jornal, o modelo apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugere que os pisos deixariam de ser atrelados à receita e passariam a ser vinculados aos limites de gastos do arcabouço fiscal, que determina que as despesas não podem crescer mais de 2,5% acima da inflação.
Por que as eleições dos EUA importam para o Ibovespa?
Afinal, porque uma possível vitória de Donald Trump ou de Kamala Harris importa para o Ibovespa? As respostas estão na política econômica e na força do dólar. Na avaliação de especialistas ouvidos pelo BP Money, uma vitória de Trump poderia pressionar ainda mais a moeda frente ao real.
“Pelo lado do fiscal, ambos os candidatos ameaçam deixar a trajetória da dívida ainda mais divergente. O aumento da dívida pública deve demandar maior “prêmio” por parte dos investidores no médio-prazo, entretanto, Trump tem plano de governo mais deficitário, e as políticas protecionistas devem prejudicar mais as moedas emergentes, afetando a demanda por produtos estrangeiros, e por consequência, a balança comercial dos mesmos”, explicou osé Alfaix, economista da Rio Bravo.
“Uma vitória de Kamala Harris poderia aliviar essa pressão, ao adotar medidas que favoreçam o enfraquecimento do dólar, beneficiando moedas de mercados emergentes e incentivando o fluxo de capitais para o Brasil”, destacou Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
No último pregão da semana passada, o dólar chegou ao patamar de R$ 5,90, o maior nível desde o início da pandemia de covid-19, em 2020. Especialistas chamam atenção para a alta acumulada da moeda e cogitam a possibilidade de chegar a R$ 6 até o fim do ano.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,05%
S&P 500 Futuro: +0,09%
Nasdaq Futuro: +0,22%