Acompanhamento da Bolsa

Ibovespa recua com ata mais dura do BC; dólar cai 

O Copom indicou a possibilidade de outro aumento de 1 ponto percentual em março

Foto: pexels
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, opera em queda enquanto investidores acompanham os desdobramentos das tarifas comerciais impostas pelos EUA e analisam a ata da última reunião de política monetária do Brasil.

Por volta das 13h10 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma queda 0,40%, aos 125.446 pontos.

O dólar comercial seguia o mesmo sentido do índice, embora com uma performance mais modesta em uma valorização negativa de 0,80%, cotado a R$ 5,76.

Antes do início das negociações, o Banco Central divulgou a ata da reunião da semana passada, quando a Selic foi aumentada de 12,25% para 13,25%. 

O Copom (Comitê de Política Monetária) indicou a possibilidade de outro aumento de 1 ponto percentual em março, mas deixou em aberto as direções futuras para a política monetária.

No documento, o BC destacou os riscos de desancoragem das expectativas de inflação, o nível de sobreaquecimento da economia e o impacto das políticas econômicas sobre o câmbio, como pontos centrais para a decisão de política monetária.

Apesar do tom mais rigoroso da ata, os economistas do Itaú apontaram que o texto sugere que o Copom continuará avaliando a evolução da atividade econômica, o impacto do câmbio e as expectativas de inflação. Isso pode ou não refletir uma mudança nas prioridades da política monetária, o que só o tempo dirá.

Ibovespa tem queda acentuadas com perdas em ações da Petrobras

O Ibovespa ampliou sua queda, com os investidores refletindo sobre a prévia operacional da Petrobras.

As ações preferenciais da petroleira (PETR4) registravam queda de 1,68%, enquanto as ordinárias (PETR3) recuavam 1,97%. 

Em relatório, os analistas do Itaú BBA destacaram que a prévia operacional sugere resultados mais fracos para a empresa no quarto trimestre, devido a volumes e preços do petróleo abaixo do esperado.

Segundo economistas do Itaú, liderados pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita, a ata apresentou um tom mais rígido do que o comunicado anterior, enviado após o anúncio da decisão de quarta-feira. 

Eles ressaltaram que o texto chama atenção para a deterioração das expectativas de inflação e sugere que o Copom está monitorando a atividade econômica, especialmente à procura de sinais de uma desaceleração mais intensa, o que ainda não é o cenário base nem para o BC, nem para o Itaú.

EUA

As bolsas de Nova York tentam se recuperar e operam em leve alta no início da sessão desta terça-feira, após registrarem perdas no pregão anterior, em meio ao clima de aversão ao risco gerado pelas recentes movimentações comerciais dos EUA.

A tensão seguiu com a imposição – e subsequente suspensão – das tarifas sobre México e Canadá, que continuam no radar dos investidores.

No entanto, as tarifas de 10% sobre todos os produtos da China permanecem em vigor, com o país retaliando com novas tarifas e anunciando a intenção de levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além disso, a ameaça da China de investigar a Alphabet por possíveis violações antitruste também está sendo monitorada.

As ações da Alphabet sobem 1%, enquanto a Tesla avança 0,54%, beneficiada pela suspensão das tarifas sobre produtos mexicanos, já que a fabricante de carros elétricos importa algumas peças do país.

A Amazon tem alta de 0,60%, na véspera da divulgação de seus resultados do quarto trimestre, com expectativa de um aumento de 48% no lucro por ação.

Cotação dos índices dos EUA:

Dow Jones: +0,08%

S&P 500: +0,61%

Nasdaq: +1,23%