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Ibovespa recua com peso de bancos e consumo; dólar sobe

Entre os destaques negativos do pregão, a Vale (VALE3) também contribuía para o desempenho mais fraco do índice

Foto: Freepik
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O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, opera no vermelho nesta quarta-feira (21), refletindo principalmente a pressão de ações ligadas ao setor financeiro e ao consumo doméstico.

Por volta das 13h47 (horário de Brasília), o índice registrava queda considerável de 1,32%, sendo negociado aos 138.261 pontos.

O dólar comercial também performava em queda, em compasso com o Ibovespa, ao passo que recuava 0,31%, cotado a R$ 5,65.

Entre os destaques negativos do pregão, a Vale (VALE3) também contribuía para o desempenho mais fraco do índice, mesmo com a alta de 0,76% nos preços do minério de ferro em Dalian, na China. A mineradora caía 0,29%, contrariando o movimento positivo da commodity.

Segundo análise da Ajax Investimentos, a piora nas expectativas em relação à economia dos Estados Unidos tem pressionado as bolsas internacionais e pode abrir espaço para alguma realização de lucros no Brasil. No entanto, a gestora ressalta que isso não muda a tendência principal: “o momento continua favorável para ações brasileiras, que devem continuar a atrair recursos externos.”

Entre as ações mais penalizadas, a Azul (AZUL4) liderava as perdas do índice, com recuo de 5,56%. Na outra ponta, a Marfrig (MRFG3) se destacava entre as maiores altas do dia, subindo 3,68%, na esteira do anúncio de aquisição da totalidade da BRF (BRFS3), o que segue impulsionando o otimismo dos investidores com a companhia.

Recorde do Ibovespa reforça otimismo com ações brasileiras

Ibovespa atingiu na vérpera sua máxima histórica, ultrapassando os 140 mil pontos, marco que reacende o otimismo entre investidores e analistas de mercado. O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, avalia que o movimento reflete um ciclo favorável para a Bolsa brasileira, apoiado na forte performance das grandes companhias listadas.

Segundo Gala, as expectativas para o índice nos próximos anos são bastante positivas. Ele destaca que grandes instituições financeiras internacionais revisaram para cima suas projeções.

“Ontem o Morgan Stanley colocou uma estimativa do índice batendo 190 mil pontos até o ano que vem, meados de 2026. O Safra projeta um Bovespa em 170 mil pontos também em 2026, e o JP Morgan coloca, no cenário otimista, o índice chegando a 160 mil pontos.”

Bolsas de NY recuam com juros em alta e incertezas fiscais no radar

Os principais índices acionários de Nova York abriram o pregão desta quarta-feira (21) em queda, pressionados pela elevação nos rendimentos dos Treasuries e por preocupações renovadas no campo fiscal e geopolítico.

A movimentação negativa também reflete a revisão para baixo nas projeções da Target, uma das principais redes de varejo dos Estados Unidos. A companhia citou tarifas e incertezas econômicas como fatores que devem afetar seu desempenho nos próximos meses, sinalizando cautela no setor de consumo.

No campo político, o avanço de uma proposta republicana também chamou a atenção dos mercados. Liderados por Mike Johnson, presidente da Câmara dos Deputados, os republicanos fecharam um acordo para ampliar as deduções de impostos estaduais e locais — parte da agenda econômica defendida pelo ex-presidente Donald Trump. A iniciativa reacendeu preocupações sobre a trajetória da dívida pública americana.

Para Michael O’Rourke, estrategista-chefe da JonesTrading, o recuo das ações nesta manhã é resultado de múltiplos fatores: “uma combinação de realização após a alta das últimas semanas”, além de notícias sobre Israel e Irã.

Cotação dos índices dos EUA:

Dow Jones: -0,72%

S&P 500: -0,08%

Nasdaq: +0,48%