Ibovespa recua e segue ritmo pessimista do exterior; em contrapartida, dólar dispara

Acionistas acompanham inflação em meio a resultados industriais negativos na Europa

O Ibovespa opera em queda nesta terça-feira (7). Por volta das 10h13 (de Brasília), o índice recuava 0,37% a 109.777 mil pontos, puxado pelos dados negativos sobre a produção industrial na Alemanha. Enquanto isso, o dólar registra novas altas no início do pregão.

O sentimento negativo das bolsas europeias tomou conta dos mercados mundiais nesta terça (7), inclusive do Ibovespa, após a Destatis, agência de estatísticas da Alemanha, divulgar os resultados negativos sobre as encomendas à indústria.

O índice alemão teve forte queda de 2,7% entre os meses de março e abril deste ano, resultado contrário às expectativas do mercado.

Os especialistas da região esperavam o avanço de 0,5% no período, o que tornou maior o impacto negativo no início do pregão.

Dessa forma, a reunião do BCE (Banco Central Europeu) que acontecerá na próxima quinta-feira (9) volta a preocupar os acionistas, visto que o índice negativo pode influenciar um aperto monetário mais rígido por parte da instituição.

Enquanto isso, nos EUA, o CPI (Índice de preços ao consumidor), que será divulgado somente na próxima sexta-feira (10), pode receber novas prévias a partir do anúncio da balança comercial norte-americana.

A balança será divulgada nesta terça (7), e os investidores aguardam os resultados obtidos no mês de abril.

Outro fator que permanece no radar é o testemunho da secretária do Tesouro, Janet Yellen, que apresentará o orçamento fiscal de 2032.

Com isso, o dólar opera em alta na manhã desta terça (7). Às 10h28 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 2,08%, vendida a R$ 4,894. 

No cenário brasileiro, Eletrobras (ELET6), Petrobras (PETR4) e seus derivados seguem como foco das atenções dos investidores.

A companhia de energia confirmou que a usina de Furnas recebeu o aval para condução de um investimento de R$ 1,58 bilhão na Mesa (Madeira Energia).

A aprovação, divulgada através de fato relevante na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), evita a suspensão do processo de privatização da companhia.

Já no âmbito da petroleira, o preço dos combustíveis segue como pauta no governo federal.

Foi proposto na última segunda-feira (6), no Congresso, o corte de impostos federais (como PIS e Cofins) sobre o preço da gasolina, em troca da aprovação do PL (Projeto de Lei) que coloca o teto de 17% sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis.

Os acionistas agora aguardam os desdobramentos dessa negociação, que pode apontar para novos rumos sobre o preço dos combustíveis praticados pela Petrobras.

Na Europa, o sentimento de declínio não afeta somente a Alemanha, visto que as bolsas do continente operam em baixa em sua maioria.

No Reino Unido, por exemplo, o PMI (Índice de Gerentes de Compras de Serviços) registrou queda de 5,5% entre os meses de abril e maio deste ano. O nível registrado foi o menor desde janeiro de 2021.

O ambiente político do país também chama atenção, visto que o primeiro-ministro Boris Johnson resistiu à votação de confiança do Partido Conservador.

A assembleia foi necessária após Johnson receber diversas acusações que alegavam que ele havia frequentado festas durante a quarentena ocasionada pela Covid-19.

– DAX (Alemanha), -1,31%
– FTSE 100 (Reino Unido), -0,38%
– CAC 40 (França), -1,33%
– FTSE MIB (Itália), -1,20%

Já na Ásia, os últimos posicionamentos do RBA (Banco Reserva da Austrália) preocupam os acionistas.

A instituição financeira confirmou uma alta inesperada na taxa básica de juros, que saiu de 0,35% para 0,85%, e ainda deixou margens abertas para novos aumentos até o final deste ano. 

A expectativa do mercado da região estava na alta de 25 pontos-base, conforme realizado no reajuste do mês de maio.

Em contrapartida, o cenário positivo segue por conta dos mercados chineses, que ainda celebram os resultados divulgados no último índice de serviços na região.

Já no país vizinho, Haruhiko Kuroda, presidente do BoJ (Banco do Japão) disse na última segunda-feira (6) que o relaxamento da política monetária será fundamental para que a inflação volte a rondar o nível de 2%.

– Nikkei (Japão), +0,10%
– Kospi (Coreia do Sul), -1,66%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -0,56%
– Shanghai SE (China), +0,17%

Voltando ao Brasil, o mercado corporativo também trouxe novidades. O Grupo Carrefour (CRFB3) Informou que concluiu a aquisição do grupo BIG Brasil nesta terça (7).

A companhia também assinou um novo acordo com os acionistas, e definiu a nova composição do Conselho de Administração, que será julgado na AGE (Assembleia Geral Extraordinária da companhia para possível aprovação. 

Já a JBS (JBSS3) informou que suas subsidiárias precificaram, em conjunto, as notas sêniores a serem ofertadas ao mercado internacional, de acordo com informações do “Estadão”.

Na negociação, serão US$ 500 milhões com yield de 5,290% ao ano e cupom de 5,125% ao ano para as notas sêniores com vencimento em 2028; US$ 1,250 bilhão com yield de 5,926% ao ano e cupom de 5,750% ao ano para as Notas Sênior 2033; e US$ 750 milhões com yield de 6,598% ao ano e cupom de 6,500% ao ano para as Notas Sênior 2052.

Por fim, o Ibovespa também repercutiu a fusão entre brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3). O conselho da brMalls aprovou um plano de retenção de até R$ 50 milhões na parceria com a Aliansce Sonae, cujo valor será destinado aos colaboradores e administradores da companhia.

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