O principal índice da Bolsa brasileira fechou a semana em alta de 1,01%. Esta sexta-feira (20), no entanto, foi de queda, com o Ibovespa recuando 0,78%, aos 112.040 pontos, sendo pressionado pelo setor bancário. O dólar subiu 0,72%, a R$ 5,20, nesta sexta.
“Com a agenda fraca nesta sexta, o mercado acabou formando preço negativo com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a autonomia do Banco Central e consequências sobre algumas devoluções de recursos da Americanas que foram bloqueados por alguns dos principais bancos”, disse Lucas Almeida, sócio da AVG Capital.
Em entrevista à GloboNews, Lula classificou como “bobagem” a ideia de que um BC independente pode “fazer mais” do que quando o presidente da entidade era indicado pelo chefe do Executivo. Além disso, o petista também ligou a meta de inflação de 3% a juros mais altos.
No entanto, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, afirmou nas suas redes sociais, que o governo Lula vai manter a autonomia do Banco Central e não pretende mudar a relação de independência entre o órgão e o Executivo.
Os grandes bancos privados puxaram a queda do Ibovespa. Santander (SANB11) perdeu 1,05%, Itaú (ITUB4) teve baixa de 1,96% e Bradesco (BBDC4) recuou 1,21%.
A Americanas (AMER3) teve a maior baixa da sessão, no último pregão da companhia como parte do índice. Os papéis da varejista recuaram 34%, fechando a R$ 0,66.
“Por regras, a B3 não permite que empresas em recuperação judicial (RJ) façam parte de seus índices. Com isso, os fundos nacionais e internacionais que replicam o Ibovespa terão que zerar suas posições da varejista, pressionando ainda mais o ativo para possíveis futuras quedas”, apontou Almeida.
A companhia oficializou na quinta o pedido de RJ, o que também afetou os ativos da varejista, que foram excluídos de todos os índices da B3 ao fim do pregão desta sexta.
Também entre maiores quedas, Alpargatas (ALPA4) recuou 5,90%. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,52%, e Via (VIIA3) perdeu 1,72%.
Sabesp (SBSP3) e Cosan (CSAN3) também apareceram entre destaques negativos, com baixas de 3,25% e 4,41%.
Rede D’Or (RDOR3) fechou o ranking, com queda de 3,93%. Em saúde, Qualicorp (QUAL3) e Hapvida (HAPV3) valorizaram 0,55% e 0,69%.
Na outra ponta, Pão de Açúcar (PCAR3) puxou as maiores altas, com avanço de 2,25%. Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASAI3) perderam 2,40% e 0,94%.
3R Petroleum (RRRP3) também encerrou no top ganhadores, subindo 3,46%. No setor de petróleo, Petrobras (PETR3;PETR4) teve alta de 1,05% e 2,32%, Petrorecôncavo (RECV3) caiu 0,18% e PetroRio (PRIO3) avançou 1,46%.
CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) também fecharam no ranking positivo, com ganhos de 2,70% e 2,35%. Em mineração, Vale (VALE3) subiu 0,65%, Gerdau (GGBR4) teve baixa de 0,69% e CSN (CMIN3) valorizou 1,06%.
O Banco do Brasil (BBAS3) fechou os maiores ganhadores, com avanço de 2,71%. A estatal aprovou o payout de 40% para o exercício de 2023, via JCP (juros sobre o capital próprio) e dividendos nesta sexta.
No exterior, Wall Street fechou na contramão do Ibovespa, com Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 valorizando 2,66%, 1% e 1,89%, respectivamente.