Com o fim da era Biden, aproxima-se o início do mandato de Donald Trump como presidente dos EUA. A semana entre 19 e 25 de janeiro será marcada pelos impactos, no Ibovespa, da chegada do republicano à Casa Branca.
Além da posse de Trump, as atenções estarão voltadas para a possível implementação das tarifas prometidas pelo presidente eleito. Resta saber se essas tarifas serão apenas instrumentos retóricos para pressionar aliados e adversários com o objetivo de assegurar ganhos econômicos, ou se realmente visam incentivar o retorno da produção industrial ao território americano, atualmente concentrada em outros países.
De acordo com Leandro Manzoni, analista econômico da Investing, as tarifas podem ter dois objetivos principais: “Um deles prevalecerá e ditará o comportamento do mercado. Se as tarifas forem vistas como ‘fracas’ e ligadas a objetivos econômicos e geopolíticos mais amplos, pode haver maior apetite ao risco e tendência de enfraquecimento do dólar. Por outro lado, tarifas mais agressivas, voltadas ao fortalecimento da economia interna dos EUA, podem provocar aversão ao risco e impulsionar a valorização do dólar.”
Além das tarifas, outras medidas iniciais do governo Trump também estarão no radar dos investidores, como questões imigratórias, tributárias e regulatórias. Esses fatores podem influenciar diretamente os juros futuros nos EUA, a política do Federal Reserve (Fed) ao longo de 2025 e o desempenho de empresas de setores como bancário e energético.
Enquanto os mercados globais acompanham os desdobramentos nos EUA, os dirigentes do Banco do Japão (BoJ) também ganham atenção. Na sexta-feira (24), será anunciada a nova taxa de juros do país. A expectativa do mercado é de um aumento de 25 pontos-base, elevando os juros de 0,25% para 0,50% ao ano.
Desempenho do mercado entre 12 e 18 de janeiro
Na semana anterior, o Ibovespa assistiu o Boletim Focus apontar para um aumento das projeções inflacionárias, com a expectativa de inflação ajustada para 5%, superando o teto da meta de 4,5%. Apesar disso, as projeções para a Selic permaneceram estáveis, sugerindo que o mercado já precificou os ajustes monetários anteriores.
Segundo Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, “a expectativa de que a política monetária vigente seja suficiente para ancorar as expectativas inflacionárias predominou, mesmo com a previsão de um aumento de 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom.”
Outro destaque foi o IBC-Br, que surpreendeu positivamente em novembro de 2024, registrando alta de 0,10% e demonstrando resiliência da economia brasileira em meio a juros elevados. No entanto, Monteiro alertou que o crescimento econômico em 2025 deve ser moderado, com impactos no consumo e nos investimentos produtivos.
“A posse iminente de Donald Trump gerou incertezas. O dólar, que havia recuado para R$ 6,02 – o menor patamar em quase um mês –, voltou a subir diante da possibilidade de medidas protecionistas e inflacionárias no novo governo”, concluiu Monteiro.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (13): +0,13%
- Terça-feira (14): +0,25%
- Quarta-feira (15): +2,81%
- Quinta-feira (16): -1,15%
- Sexta-feira (17): +0,92%
- Semana: +2,94%