Abertura de mercado

Ibovespa sobe com expectativa sobre pacote fiscal; dólar cai

Mercado também digere Focus pessimista, com aumento na projeção do IPCA e dólar, e aguarda balanço do Itaú e BB Seguridade

Ibovespa
Foto: Freepik

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, iniciou o primeiro pregão da semana, nesta segunda-feira (4), em leve alta, com o mercado aguardando os desdobramentos da reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o pacote fiscal.

Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o índice apresentava avanço de 0,94%, aos 129.324,61 pontos.

dólar comercial, por sua vez, seguia uma performance no sentido contrário, com recuo de 0,99%, cotado a R$ 5,8099.

O Boletim Focus, que mostrou expectativas maiores para a inflação e dólar também repercute. A projeção para o IPCA, principal medidor da inflação, de 2024 cresceu de 4,55% para 4,59%. Já para 2025, a taxa subiu de 4,00% para 4,03%.

Já a mediana das projeções para o dólar em 2024 cresceu de R$ 5,45 para R$ 5,50. Para o ano de 2025, a estimativa subiu de R$ 5,40 para R$ 5,43. A Selic foi mantida em  11,75% a.a.

A decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que realiza a reunião na terça-feira (5) e quarta-feira (6), também concetra as atenções.

Além disso, investidores ficam na expectativa dos balanços de resultados referentes ao terceiro trimestre do Itaú Unibanco (ITUB4) e BB Seguridade (BBSE3), após o fechamentos dos mercados.

Pacote fiscal ainda no radar do Ibovespa

O pacote fiscal que está sendo preparado pela Fazenda para reduzir as despesas do governo é um dos principais focos do Ibovespa desde o final do segundo turno das eleições. Investidores aguardam inquietos detalhes sobre o volume do corte de gastos e quais serão os alvos.

Nesta segunda (4), Haddad e Lula se encontram em Brasília, o que levantou as expectativas quanto às medidas fiscais. No final de semana, o ministro cancelou a viagem que faria à Europa a pedido do presidente, em meio à pressão para o anúncio do pacote prometido pela equipe econômico.

A ideia era divulgar o pacote logo após o segundo turno das eleições, mas Haddad frustou o mercado ao dizer que não tinha data prevista para o corte de gastos. O ministro garantiu, porém, que já havia entendimento entre a Fazenda e a Casa Civil sobre as medidas de corte de despesa.

Nesta semana, o ministro disse ainda que as medidas precisarão ser aprovadas por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), mas não deu detalhes sobre as medidas nem especificou quando serão anunciadas.

A notícia veiculada na manhã da última terça-feira (29) foi que Haddad aguardava o aval do presidente Lula para realizar um corte entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões nas despesas do governo federal.

EUA

Nos EUA, as eleições são a grande estrela esta semana. De acordo com a XP, em um cenário de vitória do republicano Donald Trump, espera-se que o dólar se fortaleça globalmente, incluindo no Brasil, com impacto inflacionário nos EUA e pressão sobre o câmbio e os juros no país.

Por outro lado, um eventual governo da democrata Kamala Harris, com aperto regulatório e política fiscal expansionista, poderia enfraquecer a divisa norte-americana, gerando “potencial de fluxos saindo dos EUA e migrando para ações globais e mercados emergentes”, segundo analistas da XP, conforme reportado pelo “Valor”.

A disputa está acirrada, com a maioria das pesquisas eleitorais apontando empate técnico entre os candidatos. A votação presencial acontece na terça-feira (5).

Além disso, há também decisões sobre os juros dos EUA, com reunião do Fomc, comitê do Fed (Federal Reserve), nos dias 6 e 7 de novembro.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,06%

S&P 500 Futuro: +0,15%

Nasdaq Futuro: +0,13%