O Ibovespa enfrenta uma semana mais agitada entre os dias 25 e 29 de novembro. Apesar do feriado do Dia de Ação de Graças na quinta-feira (28) e da sexta-feira (29), haverá a divulgação de dados econômicos relevantes nos EUA. Os números são considerados balizadores para a política monetária do Fed (Federal Reserve), o BC dos EUA. O Brasil seguirá a mesma linha, mesmo que não haja feriado nacional no período.
Os dois primeiros dias da próxima semana não terão muita movimentação na agenda econômica. Assim, no Brasil, sai o tradicional Boletim Focus na segunda-feira (25). No mesmo dia, o BC (Banco Central do Brasil) divulga dados do setor externo do país referentes ao mês de outubro.
Na sequência, saem os dados do IPCA-15 de novembro. Os números serão analisados pelo mercado para avaliar se o índice de preços desacelerou em novembro, em meio à vigência da bandeira amarela nas contas de energia elétrica, que possui um preço adicional menor que o da bandeira vermelha 1 e 2, vigentes em setembro e outubro.
“Mesmo assim, não se descarta que a inflação acumulada em 12 meses fique acima do teto superior da meta de inflação”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.
Já nos EUA, na terça-feira (26), o destaque será a última reunião do Fed, que deve trazer instabilidade para o Ibovespa. Os principais dados do país serão conhecidos na quarta-feira (27), véspera do feriado, como a segunda leitura do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre.
Nos dias de feriado nos EUA, as atenções se voltam para o Brasil. Na quinta-feira (28), haverá a divulgação do IGP-M de novembro (mais conhecido como “inflação do aluguel”), bem como a evolução do emprego com carteira assinada do Caged. Neste dia, a Bolsa brasileira será diretamente influenciada pela forma como os investidores vão digerir os dados econômicos divulgados.
Como o mercado se comportou entre os dias 18 e 22 de novembro
Na semana, o mercado brasileiro teve um ritmo mais lento, devido aos feriados. Contudo, as preocupações com o fiscal puxaram a queda do Ibovespa em algumas sessões.
“Esse cenário de incertezas fiscais pesou negativamente sobre as expectativas para o país, especialmente com o prazo para a aprovação do projeto apertando”, disse Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
Além disso, um dado que movimentou o mercado foi o resultado das receitas federais de outubro, que registraram uma arrecadação extra de R$ 4,4 bilhões, impulsionada pela alta do dólar e pela massa salarial elevada.
Todo esse cenário deve ter efeito sobre a próxima semana, trazendo volatilidades, especialmente pelas expectativas em relação ao pacote de corte de gastos do Governo Federal.
“A definição será crucial para as perspectivas econômicas do Brasil, e os investidores estarão atentos a qualquer sinal de avanço nas negociações”, acrescentou Iarussi.
Por fim, no exterior, a resiliência do mercado de trabalho dos EUA, evidenciada pela contração nos pedidos de seguro-desemprego, fortaleceu a confiança na estabilidade econômica do país. Isso criou um ambiente propício para investimentos globais, incluindo os direcionados a empresas brasileiras conectadas ao comércio exterior.
“A economia americana, ainda em expansão, não deve vivenciar uma grande redução nas taxas de juros no curto prazo, o que pode manter os custos de captação elevados e dificultar o acesso ao capital mais barato”, comentou João Kepler, CEO da Equity Fund Group.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (18): -0,02%
- Terça-feira (19): +0,34%
- Quarta-feira (20): Dia da Consciência Negra
- Quinta-feira (21): -0,99%
- Sexta-feira (22): +1,74%
- Semana: +1,04%