A semana entre 2 e 8 de fevereiro terá uma agenda econômica e política agitada, tanto no Brasil quanto nos EUA. Durante esse período, o Ibovespa deve ser precificado à medida que investidores digerem indicadores econômicos e decisões políticas.
No Brasil, um dos destaques será o retorno das atividades do Congresso, em Brasília, com a eleição para a presidência e as mesas diretoras da Câmara e do Senado já no sábado, 1º de fevereiro. Nos sete dias seguintes, serão escolhidas as comissões das duas Casas, além da expectativa de votação do Orçamento de 2025 e da apreciação de vetos presidenciais.
Além disso, o governo federal deve se movimentar para a reforma ministerial, abrindo espaço para políticos do Centrão na Esplanada dos Ministérios, entre os quais Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), respectivamente ex-presidentes da Câmara e do Senado. O retorno de deputados e senadores a Brasília será um termômetro da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eventuais dificuldades na votação de pautas favoráveis ao governo podem ser novos indicativos de que a popularidade do presidente continuou em queda, conforme apontado pela última pesquisa Genial/Quest, que, pela primeira vez, registrou maior desaprovação do que aprovação do governo.
Outro destaque no Brasil será a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) na terça-feira (4). Mesmo com a decisão de elevar a Selic (taxa básica de juros) de 12,25% para 13,25% já esperada, os investidores avaliarão a profundidade das mudanças no comunicado em relação aos novos fatores de baixa no balanço de risco.
No exterior, as consequências da implementação das tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá a partir de sábado serão monitoradas, conforme anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Além disso, o Ibovespa ficará atento a possíveis novos anúncios de taxação, principalmente contra a China, ao longo da semana.
Como foi a semana entre 27 e 31 de janeiro
A semana foi movimentada, com Trump reacendendo o debate sobre tarifas de 25% para México e Canadá, sem, no entanto, oficializar a medida, o que manteve os mercados em estado de cautela. Nos EUA, o Fed optou por manter os juros inalterados, sinalizando prudência diante de uma economia ainda pouco aquecida. O PIB (Produto Interno Bruto) veio abaixo do esperado, mas o consumo segue firme, o que pode adiar qualquer afrouxamento da política monetária.
No Brasil, o mercado de trabalho mostrou sinais de desaceleração, mas os salários trouxeram algum otimismo. Todo esse cenário fez com que “o real, mesmo com altos e baixos, tivesse uma performance mais forte que outras moedas emergentes”, comentou Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (27): +1,97%
- Terça-feira (28): -0,65%
- Quarta-feira (29): -0,50%
- Quinta-feira (30): +2,82%
- Sexta-feira (31): -0,61%
- Semana: +3,01%
- Janeiro: +4,86%