Ifix supera juros elevado e encerra 2022 com alta de 2,22%

O resultado positivo do Ifix vem após dois anos seguidos de recuo no indicador

Mesmo com um cenário de alta de juros, com a Selic encerrando o ano a 13,75%, o Ifix superou as adversidades e mostrou resiliência ao encerrar 2022 com alta de 2,22%. Movimento parecido também foi visto na Bolsa neste ano, com o Ibovespa encerrando o período com alta de 4,69%.

O resultado positivo dos fundos imobiliários chama atenção porque veio após dois anos seguidos de recuo no indicador. Em 2020, o índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 encerrou com queda de 10,24% e de 2,28% em 2021.

Apesar do resultado positivo e animador, o ano foi difícil para os FIIs por conta da elevação da taxa Selic, movimento que tornou os investimentos em renda fixa mais rentáveis, atraindo os investidores da renda variável, inclusive os de fundos imobiliários.

No caso dos fundos de “papel”, que costumam comprar títulos como CRIs (certificados de recebíveis imobiliários, boa parcela dos produtos teve os rendimentos de parte dos fundos machucados após três meses seguidos de inflação registrados entre agosto e outubro.

Mesmo tendo de reduzir os dividendos por causa da deflação ao longo do ano, alguns fundos de “papel” terminaram 2022 com um dividend yield médio acima dos dois dígitos.

No caso dos fundos de “tijolo”, que investem diretamente em imóveis, como shopping, galpões logísticos, escritório e hospitais, 2022 foi marcado por reviravoltas. 

Após períodos difíceis por causa das restrições impostas pela pandemia, FIIs de shopping conseguiram recuperar fortemente as vendas e retomar patamares vistos antes da crise sanitária de Covid-19.

Da mesma forma, FIIs de logística apresentaram crescimento dos rendimentos e, de certa forma, a geração de dividendos dos fundos imobiliários em geral foi vista como satisfatória, por agentes de mercado.

Prévia da carteira Ifix para 2023

A última prévia da nova composição do Ifix aponta que o indicador será formado por 111 FIIs a partir de janeiro. A lista final será divulgada na segunda-feira (2), quando começa a vigorar, seguindo a mesma até abril de 2023.

A composição é ligeiramente diferente da apresentada na primeira prévia do Ifix, divulgada no início de dezembro. Devem entrar oito fundos imobiliários, enquanto quatro prometem sair.

Entre as novidades previstas para a nova carteira do Ifix estão três fundos de “papel”, que investem prioritariamente em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário: o CRI Integral Brei (IBCR11), o Rio Bravo Crédito Imobiliário (RBHG11) e o More Recebíveis Imobiliários (MORC11).

Esses fundos imobiliários devem entrar no lugar de outros quatro: o FIIB11, o SPTW11, o VIFI11 e o RVBI11.

A B3 divulga regularmente três prévias das novas composições dos índices: a primeira, no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira em vigor; a segunda, no pregão seguinte ao dia 15 do último mês de vigência da carteira em vigor; e a terceira, no penúltimo pregão de vigência da carteira em vigor – que, no caso atual, ocorreu na quarta-feira (28).

Na contramão do Ibovespa, que encerrou a última sessão do ano em queda, o Ifix terminou o pregão de quinta-feira (29) com alta de 0,58%, aos 2.867 mil pontos.