Recuo

IFIX tem pior desempenho desde outubro de 2023

O IFIX, índice de referência do setor, caiu 1%,

IFIX
FIIs / Foto: Freepik

A confirmação de que a taxa básica de juros, a Selic, permanecerá elevada por mais tempo do que o esperado abalou o mercado de fundos imobiliários em junho.

O IFIX, índice de referência do setor, caiu 1%, registrando o pior desempenho desde outubro do ano passado, quando teve uma desvalorização de 1,97%.

No acumulado do primeiro semestre, o setor conseguiu um ganho de 1%, ainda influenciado pelo ciclo de cortes nos juros. Para se ter uma ideia, o IFIX começou o ano alcançando novos recordes históricos.

Além da mudança no cenário de juros, que devem permanecer em dois dígitos até o início do próximo ano, o último mês do primeiro semestre também foi marcado por outros fatores que desfavoreceram o setor.

Fatores que mexeram com o IFIX

O Banco Central (BC) está preocupado com a tendência de alta nas projeções de inflação, que estão se afastando cada vez mais da meta de 3% ao ano estabelecida pela autoridade monetária.

No relatório Focus mais recente, as expectativas do mercado foram revisadas para cima pela sétima semana consecutiva, alcançando 3,98% ao ano.

A escalada do risco fiscal, em meio às incertezas sobre a capacidade do governo de cumprir a meta fiscal estabelecida para este e os próximos anos, contribui para a preocupação.

As recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acrescentam uma dose extra de aversão ao cenário.

Tudo isso resulta em um aumento do prêmio pelo risco de investir no Brasil. Com as dúvidas em relação à situação fiscal, a curva de juros nacional continua em trajetória de alta.

Juros altos é oportunidade para FIIs ‘descontados’, diz analista

Em um cenário onde os juros estão elevados, o prêmio de risco exigido pelo mercado aumenta. Consequentemente, os preços dos ativos como um todo podem recuar.

“Apesar disso, essa baixa nos preços também pode configurar uma boa oportunidade de compra de ativos descontados. Para os fundos de fundos, por exemplo, pode ser um bom momento para realizar alocações”, disse ao BP Money Alexandre Despontin, CEO da Mérito. A empresa busca reforçar investimentos em desenvolvimentos imobiliários.

Despontin explicou que, de modo geral, em épocas de juros altos, investidores direcionam o capital para a renda fixa, e a oferta por terrenos tende a diminuir. Isso porque, segundo ele, além dos ativos listados na bolsa, “também verificamos oportunidades na compra de terrenos para o desenvolvimento imobiliário”.