iFood: veja o que muda com decisão de Cade para restaurantes

O iFood assinou um acordo com o Cade sobre os contratos de exclusividade fechados entre a empresa e alguns restaurantes

O iFood anunciou nesta quarta-feira (08) que assinou um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre os contratos de exclusividade fechados entre a empresa e alguns dos restaurantes parceiros da plataforma.

Segundo o aplicativo de delivery, o acordo com a autarquia prevê a legalidade dos  contratos de exclusividade com restaurantes, porém o Cade irá estabelecer critérios de legalidade e limites para a celebração desse tipo de contrato. 

O acordo prevê que 25% do volume de vendas (GMV) no iFood poderá estar atrelado a restaurantes exclusivos. Nos municípios com mais 500 mil habitantes, apenas 8% dos restaurantes que trabalham com a plataforma poderão assinar contrato de exclusividade. 

O Cade ainda estipulou uma norma na qual a plataforma de delivery poderá firmar novos contratos de exclusividades com estabelecimentos, porém limitados a um período máximo de dois anos. Quando acabar o acordo de exclusividade, esses restaurantes deverão permanecer sem exclusividade com o iFood pelo período mínimo de um ano. 

Segundo o acordo firmado, o iFood também não poderá fechar contratos de exclusividade com marcas que, no momento da celebração ou renovação contratual, tenham 30 ou mais estabelecimentos.

De acordo com o iFood, o acordo tem duração de quatro anos, e seu acompanhamento será feito por um terceiro independente escolhido pela plataforma e aprovado pelo Cade.

“As mudanças previstas no acordo trarão mais segurança jurídica para o setor como um todo e implicarão em mudanças na política de exclusividades do iFood”, afirmou Arnaldo Bertolaccini, vice-presidente de restaurantes do iFood. 

iFood reduz prejuízo comercial no 1º semestre fiscal

A dona do iFood, Prosus, registrou lucro comercial de US$ 1,4 bilhão no primeiro semestre fiscal do ano de 2023. O resultado representa uma queda de 37% na comparação anual. As receitas da companhia foram de US$ 16,5 bilhões no período entre janeiro e junho, alta de 9% sobre o mesmo período de 2021, segundo o jornal “Valor Econômico”.

No Brasil, o iFood registrou receitas de US$ 606 milhões em entregas de restaurantes durante o semestre, crescimento de 29% na comparação anual. O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) subiu 13%, enquanto pedidos aumentaram 2%. A plataforma reduziu prejuízo comercial para US$ 59 milhões.

Já no segmento de comércio rápido e entrega de supermercados do iFood, a Prosus destacou o crescimento robusto, com pedidos crescendo 152% e o GMV aumentando 102%. A plataforma opera modelo híbrido, com parcerias de supermercados e investimentos em “dark stores”.