A desaceleração do IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) em junho — em relação a maio — foi generalizada e deve continuar em julho. Por ora, o crescimento do dólar “não apareceu de forma flagrante” no indicador, mas o desempenho do câmbio é um ponto de atenção.
A avaliação dos dados foi realizada por André Braz, economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e responsável pelos indicadores.
O índice passou de 0,87% em maio para 0,50% em junho. Com as taxas menores do IGP-DI em junho, Braz fez uma revisão para baixo de suas projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Os números haviam sido alterados em função da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Na comparação entre maio e junho, todos os três índices que compõem o IGP tiveram taxas menores em junho em relação a maio. No IPA-DI (Índice de Preços ao Produtor Amplo – Disponibilidade Interna), a taxa foi de 0,97% em maio para 0,55% em junho.
O IPA-DI é o subindicador que mede a variação dos preços atacadistas. Ele possui maior relevância no cálculo do IGP, com peso de 60%.
IPC salta 0,53%
Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de uma alta de 0,53% em maio para uma variação de 0,22% em junho. Seu peso é de 30% no cálculo do IGP. O INCC (Índice de Custo da Construção), por sua vez, desacelerou de 0,86% em maio para 0,71% em junho.
“A desaceleração foi bem generalizada. No IPA, que é o que tem mais peso, foi vista em todos os tipos de bens, tanto em matérias-primas brutas quanto em bens intermediários e bens finais. E isso apesar da desvalorização cambial forte, que vem ocorrendo de uns meses para cá. Mas esse contágio ainda não apareceu de forma flagrante no IPA, porque a safra das principais commodities está boa e compensa um pouco isso”, destacou Braz, de acordo com o “Valor’.