O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou uma queda de 0,18% em dezembro de 2023, em comparação com o mês anterior, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro, os preços já haviam apresentado uma diminuição de 0,34% em relação ao mês anterior (dado revisado de uma queda inicial de 0,43%). Com esse cenário, a variação de preços “porta de fábrica” encerrou o ano de 2023 com uma deflação de 4,98%, marcando a menor taxa anual desde o início da série histórica em 2014, quando, no ano de 2022, a alta foi de 3,13%.
Ao analisar a variação mensal, observou-se que, em dezembro, 12 das 24 atividades monitoradas pelo IPP apresentaram redução nos preços. O índice da indústria é composto por dois segmentos: a indústria de transformação e a indústria extrativa.
A taxa na indústria de transformação teve um decréscimo de 0,31% em dezembro, frente a 0,03% em novembro (com uma revisão do dado inicial que indicava uma queda de 0,07%). Já o IPP da indústria extrativa atingiu 2,30% em dezembro, após um declínio de 70,9% em novembro (dado inalterado).
Conforme análise do IBGE, as principais influências para o resultado do IPP em dezembro de 2023 decorreram das reduções de preço em refino de petróleo e biocombustíveis (-4,05%), indústrias extrativas (2,30%), papel e celulose (2,01%), e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (1,50%).
Considerando o acumulado de 2023, as maiores quedas foram observadas em outros produtos químicos (-17,25%), refino de petróleo e biocombustíveis (-15,45%), papel e celulose (-15,23%), e metalurgia (-9,77%).
Indústria inicia 2024 mais otimista, aponta pesquisa da CNI
O empresário industrial entrou em 2024 mais otimista, de acordo com pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou 2,2 pontos, de 51,0 pontos para 53,2 pontos, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. O indicador varia de 0 a 100, com uma linha divisória de 50 pontos, valores abaixo dessa linha representam falta de confiança dos empresários e acima apontam confiança. Foram entrevistadas 1.271 empresas, entre 4 e 10 de janeiro.
A economista da CNI Larissa Nocko explica que o resultado demonstra que a indústria iniciou o ano com a confiança mais intensa e disseminada, depois de subir em dezembro e janeiro. “Tipicamente, nos meses de janeiro a confiança registra um patamar mais alto que em relação ao restante do ano, mas vale destacar que o índice começou o ano 4,6 pontos acima de janeiro de 2023”.
O ICEI é composto por dois indicadores: um que mede a percepção da indústria sobre as condições atuais e outro que mede as expectativas futuras.
Sobre as Condições Atuais, o índice avançou 1,5 ponto, para 48,3 pontos. Por estar abaixo dos 50 pontos, ele mostra percepção de piora em relação aos últimos seis meses. Embora a avaliação dos empresários com relação às condições atuais de uma forma geral seja negativa, a avaliação com relação às próprias empresas deixou o campo negativo, ao passar para 50,2 pontos.