De acordo com o comunicado divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta sexta-feira (27), o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) caiu mais do que o esperado no mês de junho, a 1,67%, após registrar queda de 0,49% no mês anterior.
Com esse resultado, o índice acumula uma queda de -0,94% no ano e alta de 4,39% nos últimos 12 meses.
Em junho de 2024, a inflação do aluguel registrou alta de 0,81% no mês, acumulando uma alta de 2,45% em 12 meses.
“A queda acentuada do IPA foi influenciada, principalmente, pelos produtos agropecuários, com recuo em 21 dos 27 itens que compõem o grupo. No varejo, os preços ao consumidor também refletiram a queda mais disseminada dos alimentos, sobretudo dos itens in natura. De modo geral, o avanço das safras tem alimentado expectativas de maior oferta, pressionando os preços para baixo tanto ao produtor quanto no varejo”, afirma Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
IGP-M: Inflação do aluguel
O IGP-M é amplamente utilizado como referência para o reajuste de contratos de aluguel em todo o país, além de servir de parâmetro para tarifas públicas e planos de saúde.
O indicador é composto pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional de Custo da Construção.
O IPA registrou queda de 2,53%
Em junho, o IPA caiu 2,53%, aprofundando a trajetória de baixa iniciada em maio, quando havia recuado 0,82%.
Na análise por estágios de processamento, o grupo de Bens Finais passou de alta de 0,61% em maio para uma queda de 0,54% em junho.
Já o índice de Bens Finais (ex)-que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo recuou de 0,79% para -0,10%.
O grupo de Bens Intermediários registrou queda de 1,30%, após recuar 0,33% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (ex), que desconsidera combustíveis e lubrificantes para a produção, passou de alta de 0,19% para baixa de 1,25%.
A maior pressão veio do estágio das Matérias-Primas Brutas, cuja taxa passou de -2,06% em maio para -4,68% em junho.
IPC desacelera para 0,22% em junho
O IPC subiu 0,22% em junho, desacelerando frente ao avanço de 0,37% em maio.
Das oito classes de despesa que compõem o indicador, seis registraram recuo nas taxas de variação:
- Alimentação (de 0,46% para -0,19%)
- Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,79% para 0,24%)
- Despesas Diversas (de 0,82% para 0,06%)
- Transportes (de 0,09% para 0,06%)
- Habitação (de 0,71% para 0,67%)
- Vestuário (de 0,47% para 0,43%)
Em contrapartida, Educação, Leitura e Recreação (de -0,60% para 0,39%) e Comunicação (de -0,58% para 0,19%) apresentaram avanço nas taxas.
INCC acelera para 0,96% com alta da mão de obra
O INCC subiu 0,96% em junho, ante alta de 0,26% em maio.
Os três componentes do índice aceleraram no mês:
- Materiais e Equipamentos, de -0,12% para 0,06%
- Serviços, de 0,40% para 0,74%
- Mão de Obra, com maior impacto, de 0,72% para 2,12%