Crise climática

Inflação global: La Niña ameaça elevar preços e perdas de emergentes

A La Niña tem 65% de chance de se formar no intervalo dos próximos 3 meses e persistir até 2025

Foto: Pexels
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O fenômeno climático conhecido como La Niña deve elevar a inflação e penalizar os títulos dos mercados emergentes este ano. O desempenho das Bolsas da América Latina, em relação aos pares globais, já é inferior e a alta dos preços dos alimentos deve pesar mais. 

A La Niña tem 65% de chance de se formar no intervalo dos próximos 3 meses e persistir até 2025, conforme dados da NOAA (National Oceanic Atmospheric Administration), agência dos EUA que monitora o clima.

A previsão do cenário nos mercados da América Latina é da gestora Columbia Threadneedle Investments, enquanto outra gestora, A TCW Group, estima que os ativos em países como o Brasil, Argentina e outros da América Central enfrentarão um risco especial por conta dos eventos climáticos imprevisíveis, de acordo com a “Bloomberg”.

O fenômeno pode causar secas na região citada, afetando a safra e elevando os custos dos alimentos.

A produção de petróleo no Golfo do México também pode ser prejudicada, visto que há possibilidade de maiores ocorrências de furacões. 

A La Niña acontece quando as temperaturas esfriam mais que o normal na superfície do mar, no meio do Oceano Pacífico.

A chefe de taxas globais e dívida de mercados emergentes da Columbia Threadneedle, Adrian Hilton, explicou que os distúrbios climáticos são um fator inflacionário ‘que pode desacelerar os ciclos de flexibilização dos bancos centrais em lugares como a América Latina”.

BC: custo de queda na inflação cresce se fiscal não ajuda, diz diretor

Copom (Comitê de Política Monetária) tem “compromisso absoluto” com a meta de inflação, mas o custo da desinflação cresce se o quadro fiscal não auxiliar, declarou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC (Banco Central), Renato Gomes.

“O Copom tem compromisso absoluto para entregar a inflação na meta. Agora, quando o fiscal não ajuda, o custo da desinflação fica muito elevado, e a economia real sofre”, declarou o diretor do BC, de acordo com o “InfoMoney”.

A afirmativa foi feita durante a live do BC, com tema sobre os 30 anos do Plano Real. Gomes apontou que houve avanços recentes nas contas públicas do Brasil. Ele ressaltou que há um grande esforço para que o país recupere a credibilidade fiscal.

Para ele, a perna do tripé macroeconômico brasileiro — baseado em câmbio flutuante, meta fiscal e meta de inflação — “que mais fraquejou” nos últimos anos foi a referente ao fiscal.