A alta na importação de combustíveis e de fertilizantes disparou no mês de abril, e segundo levantamento do “Valor”, mais aumentos na inflação podem acontecer por conta desses eventos.
De acordo com dados fornecidos pela Secex/ME (Secretaria do Comércio Exterior) os preços médios de importação dos combustíveis tiveram alta de 92,2% no quarto mês deste ano.
Além disso, o índice totalizou o valor de US$ 2,24 bilhões em combustíveis desembarcados no Brasil em abril, mais que o dobro dos US$ 1,1bilhão registrado na comparação anual.
Os adubos e fertilizantes, por sua vez, somaram US$ 2,1bilhões, quase quatro vezes os US$ 528 milhões do ano passado, também em abril.
Logo, as duas categorias somadas equivalem a mais de 20% do desembarque total brasileiro no mês.
Segundo a matéria, a alta do número de importações foi influenciada principalmente pelo aumento de preços, o que abre margem para as preocupações acerca do aumento da inflação.
Dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a gasolina subiu 7,51%, e exerceu a principal influência individual sobre o indicador.
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Um exemplo prático disso é o balanço financeiro da Petrobras (PETR4). Mesmo com o aumento do lucro líquido no primeiro trimestre de 2022, e apesar de ser a quarta maior produtora de petróleo do mundo, os preços praticados pela companhia sofrem pressões para reajustes por parte das importadoras.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia também foi outro fator determinante para o aumento da cotação dos combustíveis, além da depreciação cambial.
Por sua vez, as importações de fertilizantes e adubos surpreendeu em abril e foi considerada atípica no mês.
O conflito Rússia-Ucrânia também provocou alta nos preços de fertilizantes e defensivos, que já estavam relativamente elevados antes da eclosão do conflito.
Com isso, a preocupação acerca do aumento da inflação é alta, visto que o nível de repasse de preços que impactam o consumidor irá depender de quanto produtores e comerciantes conseguem absorver do aumento de custo, e do quanto a demanda tornará possível repassar aos preços.
