O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (9) com baixa de 1,18%, aos 129.962,06 pontos. O dólar comercial subiu 1,00%, a R$ 5,58.
O Ibovespa seguiu na contramão dos mercados globais. O radar dos investidores começou o dia voltado para o resultado do IPCA de setembro, que mostrou inflação frente a agosto. Além disso, a ata do Fomc indicou indicou um tom mais “duro”. Com o isso, o índice caiu a um patamar não visto há 2 meses, desde 08 de agosto, última vez em que fechou abaixo dos 130 mil pontos.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou em alta de 0,36%, a US$ 102,92.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro registrou inflação de 0,44%, com acúmulo de 3,31% no ano e de 4,42% nos últimos doze meses.
Apesar do dado ter ficou abaixo do projetado por analistas do mercado, que esperavam alta de 0,45%/0,46%, os especialistas não esperam mudança no caminho que o BC (Banco Central) deve percorrer com o aumento da Selic (taxa básica de juros).
A principal influencia sobre o resultado foi o grupo Habitação, que registrou alta de 1,80%, ante a deflação de -0,51% em agosto. Neste grupo, o destaque foi para a energia elétrica residencial, que passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro.
“Foi um IPCA em linha com o esperado, mostrando realmente o aumento da inflação em relação a agosto. Esperaramos o mesmo também em relação a outubro, que vai ser divulgado no novembro. São dois meses fortes de inflação, por conta de energia”, avaliou Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
“Além disso, a ata do Fomc, com os detalhes da decisão de baixar os juros, evidenciou tendência de desaceleração da economia americana, com consequente risco de aumento de desemprego, o que avaliza a tendência de baixas menores nas próximas reuniões — o famigerado pouso suave”, disse Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.
Com isso, o Ibovespa encarou uma sessão de baixa generalizada, com poucas ações obtendo ganhos, entre elas a Embraer (EMBR3) e a JBS (JBSS3), Usiminas (USIM5) e Pão de Açúcar (PCAR3).
“A Usiminas sobe sem alta do minério no mercado internacional nem notíciário específico, o que denuncia provável movimento institucional (investidor de grande porte comprando o papel)”, indicou o analista.
“O dólar se valoriza após o mercado ganhar confiança na economia americana após a divulgação da ata do Fed”, afirmou Castro.
A Usiminas (USIM5) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,82%. Logo atrás, GPA (PCAR3) e JBS (JBSS3) registraram altas de 3,67% e 0,74%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Yduqs (YDUQ3) liderou as perdas, caindo 6,45%. Em seguida, vieram Cogna (COGN3) e Assai (ASAI3), com perdas de 6,34% e 4,69%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,78% e 1,01%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,93%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,26%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,16%. Usiminas (USIM5) valorizou 4,82%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 1,84% e 2,04%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 2,32% e 0,94%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 3,45%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 5,45%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 3,85%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta quarta-feira (9). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,00%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,52%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,66%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,71% e 0,60%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,03%.