Mercado

Investidores de FIIs: número supera a marca de 2,5 milhões

Após atingir a máxima histórica, patrimônio líquido dos fundos diminui e agora soma R$ 221 bi

No último mês, o mercado de fundos imobiliários registrou a adesão de aproximadamente 50 mil novos investidores, elevando o total para 2,503 milhões, de acordo com o boletim mensal da B3 divulgado nesta terça-feira (9). Em dezembro de 2018, esse número era de 208 mil, evidenciando um expressivo crescimento ao longo do período.

Com os dados referentes a dezembro, o total de novos investidores em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) em 2023 atingiu a marca de 504 mil. Comparativamente, em 2022, o mercado havia recebido 453 mil novos investidores, enquanto em 2020 registrou-se o melhor resultado anual da história, com 527 mil adesões.

Com uma participação expressiva de 75,2%, os investidores individuais desempenham um papel predominante no mercado de fundos imobiliários, seguidos pelos investidores institucionais, que representam 18,6%, e pelos não residentes ou estrangeiros, com uma fatia de 4,9%.

Os números de Cadastro de Pessoas Físicas (CPFs) correspondem a 67,6% do volume financeiro no segmento, que registrou uma média diária de negociação de R$ 244 milhões em 2023, superando os R$ 237 milhões observados em 2022.

Conforme o boletim divulgado pela B3 nesta terça-feira (9), o patrimônio líquido dos fundos imobiliários em novembro, último dado disponível, atingiu R$ 221 bilhões. Essa cifra representa uma diminuição em relação aos R$ 232 bilhões registrados em outubro, que constituíram a máxima histórica.

Na mesma comparação de dados, o valor de mercado dos FIIs aumentou de R$ 152 bilhões para R$ 153 bilhões.

CVM: novas regras para fundos de investimentos começam a valer

Resolução 175 da CVM (Comissão de Valores Imobiliários) começou a valer na segunda-feira (2). A medida traz mudanças nas regras dos fundos de investimento e promete simplificar a vida de investidores.

O novo marco regulatório é bem-visto por analistas ouvidos pelo BP Money. “A Resolução 175 da CVM pode ser considerada um dos grandes marcos regulatórios da economia brasileira após o Plano Real. Além da modernização normativa e do tratamento da Comissão sobre o mercado de fundos mobiliários, há a aproximação do cenário brasileiro aos mercados internacionais”, opinou Leonardo Noveti, advogado de Corporate do Rayes & Fagundes Advogados Associados.

Noveti destaca a normatização da estrutura multiclasses, da responsabilidade dos prestadores de serviço e que servirá até mesmo de fundos de criptoativos.

O pensamento de Leonardo Ugatti, sócio fundador e advogado especialista em mercado de capitais no escritório Azeredo & Ugatti, segue na mesma linha. “A Resolução 175 tem um grande impacto na dinâmica de fundos de investimento no Brasil. A Resolução está substituindo ou revogando 35 outras normas da CVM, e inaugura uma nova forma de normatizar fundos por aqui, aproximando a nossa prática com a de outros mercados mais desenvolvidos”, analisou.

Os fundos deverão se adequar às novas regras até a data de 31 de dezembro de 2024, com exceção dos Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios – FIDC, para os quais o limite é 1º de abril do próximo ano.