Os estrategistas do Bank of America já estão antecipando uma mudança iminente na alocação de portfólio por parte dos investidores estrangeiros, com a perspectiva de realocar a parcela mais significativa atualmente na renda fixa para investimentos em ações.
O banco destaca que com a tendência de redução da taxa Selic, o volume de R$ 11,4 trilhões investidos em instrumentos de renda fixa tem a possibilidade de aumentar o saldo disponível de R$ 2,4 trilhões em ações com maior liquidez.
De acordo com o Bank of America, o impulso de retirada dos investidores em fundos multimercados já destaca a desaceleração no mês passado. Afinal, no acumulado do ano, o Ibovespa (IBOV) já andou mais 10%.
Nesse sentido, os analistas destacam que a alocação em ações entre os fundos locais subiu para 9,6% em junho. A mínima recente foi em abril, quando totalizou 8,7%.
Investidores estrageiros e política de dividendos da Petrobras
Os investidores estrangeiros se empolgaram, após o anúncio da Petrobras (PETR3; PETR4) que aderiu uma nova política de dividendos. A reação dos ADRs (recibo de ações, na prática, ativos negociados das empresas brasileiras na Nyse) no pré-market da Petrobras era a princípio positiva.
De acordo com o que a Petrobras divulgou na noite da última sexta-feira (28), a petroleira distribuirá 45% de seu fluxo livre de caixa em dividendos, ante a política anterior de distribuição de 60%.
Apesar do valor total de dividendos ser menor, a recente política de distribuição de dividendos da empresa estatal ainda supera levemente as expectativas dos analistas. Estes previam um pagamento correspondente a 40% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.
O Goldman Sachs destaca que os 40% equivalem ao que os pares internacionais pagam. Em relatório divulgado na última semana, analistas do banco destacam que a companhia já havia sinalizado que a nova política iria de encontro com “o que outras grandes empresas de petróleo estão fazendo”.