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"Investimento global pode melhorar retorno da sua carteira", diz CIO da Avenue

Daniel Haddad, CIO da Avenue, ressaltou a importância da diversificação nos investimentos e a segurança de investir nos EUA

O CIO (chef investimento office) da Avenue, Daniel Haddad, promoveu uma palestra em São Paulo, juntamente com a SVN Investimentos, com o tema ‘Além das fronteiras: Invista com uma visão global e diversifique seu patrimônio’, para explicar a importância da diversificação dos investimentos e a segurança que os investimentos nos EUA pode trazer ao investidor, frente aos investimentos no Brasil.

“Investimento global pode melhorar o retorno da sua carteira”, apontou o CIO da Avenue durante o painel, explicando o porque isso acontece e a importância da diversificação da carteira.

“Poucas pessoas investem no exterior, por conta de todo o histórico brasileiro, fomos influenciados pelo meio ambiente acreditando que era dificil e ilegal, e somos até hoje”, comentou.

“Quando olhamos a principal fórmula do mercado financeiro, ela tem seu um jeito “maluco”, ela diz que o valor do investimento no futuro, é o valor investido, vezes a taxa de retorno, elevado ao tempo, e a variável mais importante dessa equação é o tempo, onde está o exponencial”, explicou.

No entanto, Haddad destacou que, quando vamos investir, nunca pensamos no tempo, ninguém pede que o assessor indique o título que passe mais tempo investido, pelo contrário, pedimos liquidez diária. E falamos isso, talvez porque no Brasil, a variável do tempo é muito incerta, nós não sabemos o que vai acontecer amanhã, até o passado é incerto no Brasil.

“Então é natural que no Brasil, o investidor olhe seu portfólio de forma estática porque a depender do governo, seja de esquerda ou de direita, é necessário fazer toda a mudança no portfólio”, afirmou. Por outro lado, ressaltou que, nos EUA, a variável do tempo traz muito mais segurança, lá fora o investidor pode se dar o luxo de pensar a longo prazo, não é à toa que as pessoas dizem que se o Warren Buffet fosse brasileiro, ele estaria pobre. 

“Quando falamos de risco no Brasil, nós pensamos em queda permanente de capital, vão confiscar o dinheiro, aumentar imposto, mas é muito difícil, não só no Brasil, nos mantermos investidos, porque nós seres humanos em momentos de crise e pânico agimos. Por isso é muito importante ter um assessor, quando investimos em fundo, compramos quando ele está subindo e vende quando ele está caindo, exatamente o oposto”, contou.

Haddad contou, durante seu painel, para exemplificar como funcionam os investimentos, uma história de uma das maiores instituições financeiras do planeta, a Fidelity Investments, que em 2013 já tinha 40 milhões de clientes. Em um estudo, a instituição questionou, se tinha algum grupo de clientes que a performance fosse maior do que o resto, e encontram um grupo que a performance era de fato muito melhor.

Na pesquisa, Haddad contou que, eles observaram que havia um comportamento diferente, em que esses investidores não mexiam na conta e foram adiante no estudo, para entender se havia alguma característica em comum para que eles não mexem na conta, e chegaram a conclusão que tinha uma característica muito marcante entre elas, todas estavam mortas. Essa pesquisa fez tanto sucesso na época, que saiu na capa de revistas ‘os melhores investidores são os mortos’, contou Haddad.

“É uma informação importante, é interessante perceber que muitas vezes o maior inimigo do investidor é ele mesmo, porque gostaríamos que o mercado fosse algo linear”, afirmou. “Faz parte do ser humano, a busca pelo atalho, sempre buscar investimentos que está subindo ou vai subir logo, temos a necessidade de buscar o ‘mais fácil e rápido’, completou. 

Segurança do investimento nos EUA

“Já nos EUA por ser um país desenvolvido, o investidor pode se dar o luxo de pensar a longo prazo, não é a toa que nos últimos 100 anos, teve guerra, queda das torre gêmeas, presidente assassinado, pandemia, inflação acima de 10%, e os EUA segue entregando aquilo que sempre entregou, uma grande recomendação que eu faço aos investidores é, invista nos EUA pensando no longo prazo, de forma estrutural, isso que está acontecendo lá é ‘fichinha'”, recomendou Haddad. 

Nesse sentido, o Chef Investiment da Avenue pontuou que, quando fala em investimento internacional, não está sugerindo que o investidor pague 100% do seu patrimônio, e invista lá fora, “sugiro é que investidor pegue um pedaço do patrimônio, entre 20% a 30% e invista lá fora, como se fosse um seguro”. “Recomendo investir lá fora como uma forma de segurança, na mesma linha de pensamento, de ter um seguro para o carro, mesmo sem pensar que pode dar algo de errado com o carro”, completou. 

“Se eu quero investir em outros setores, como inteligência artificial, metaverso, porque não usar isso através da bolsa americana, a bolsa brasileira não oferece esses ativos, olha o tamanho da bolsa brasileira frente a todo resto do mundo, o Brasil representa 1% do mercado global”, destacou Haddad.

Haddad comentou também que, quando observamos os países em geral, percebemos que as pessoas já entenderam a importância da diversificação, a carteira de um chileno, por exemplo, 50% dela é investida fora do Chile, a carteira de um americano, 20% é investida fora dos EUA, na Alemanha, 60%, e por aí vai, já no Brasil o percentual de um brasileiro investindo fora do País é de 0,5%, ressalta. “Essa porcentagem está completamente influenciada pelos bilionários brasileiros”, afirmou.